Vereadora denuncia injustiça em prisão de jovem que foi acusada de colocar fogo em ônibus

Ana Cláudia Ulhôa
aulhoa@hojeemdia.com.br
16/02/2017 às 22:45.
Atualizado em 15/11/2021 às 23:02

A vereadora de Belo Horizonte, Áurea Carolina, usou a sua página no Facebok, nesta quinta-feira (16), para fazer uma denúncia. Segundo a parlamentar, Marcela Eduarda Januária Carvalho, de 18 anos, mais conhecida como Madu, foi presa injustamente na madrugada da última terça-feira (14) quando o ônibus em que estava foi parado e queimado.

A mãe da jovem, Silvia Juaniária, 41, contou que a filha voltava para casa quando os autores do crime entraram no coletivo e mandaram que todos descessem. Assustada, Marcela teria começado a correr em direção à sua casa, que fica na ocupação Eliana Silva, na região do Barreiro.

Neste momento, Madu teria sido abordada por policiais e levada para a delegacia. Ao chegar, ela foi ouvida e encaminhada para a detenção sem ter tido direito de ligar para a família. Segundo Silvia, ela ficou sabendo da prisão da filha por uma outra mãe que viu Marcela na delegacia chorando e sozinha.

Revoltada a mãe questionou o motivo da condução de Madu. “É por causa da aparência que falaram que ela é culpada? Do local onde ela mora? Um policial que não viu a ação, que não encontrou nada que pudesse comprovar que ela era a autora, um fósforo ou uma gasolina, a levou”.

De acordo com Silvia, Marcela nunca teve qualquer tipo de comportamento que pudesse ser considerado violento. “Minha filha não tem antecedente criminal. Ela é uma artista, toca violão, flauta, estuda, trabalha com crianças. A família sempre acompanhou a Marcela, ela nunca foi jogada”, afirma.

Depois de ter passado dois dias na cadeia, o juiz que cuidou do caso da jovem estabeleceu uma fiança de R$937,00 para a sua libertação. Com o intuito de ajudar a família, Áurea promoveu uma campanha na internet para arrecadar a quantia necessária.

Segundo a advogada de Madu, Cristina Paiva Matos Fontes, as doações já completaram o valor pedido e a fiança já foi paga. Marcela deve ser solta nesta sexta-feira (17), mas ficará em prisão domiciliar e terá que usar tornozeleira. Agora, Cristina tentará provar a inocência da jovem e questionará o fato dos policiais terem cerceado o direito de Madu comunicar sua prisão à família.

Em sua postagem no Facebook, Áurea classificou a situação de injustiça e também questionou as autoridades.”Por ser mulher, jovem, negra e moradora de ocupação, Madu foi PRESA, em mais uma ação de criminalização da juventude periférica”.

Polícia

Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Militar, a ocorrência do dia (15) consta que Marcela estava dentro do ônibus que foi queimado e que ela teria dado sinal para o veículo parar, quando os autores do ataque entraram no coletivo e ameaçaram o motorista e passageiros. Não há nenhuma informação se ela teria permanecido no ônibus e ajudado no ato criminoso.

A reportagem também tentou contato com a Polícia Civil para checar o antecedente criminal de Madu, mas nenhum dos telefonemas foi atendido.

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