Vereadores visitam Hospital Odilon Behrens e constatam sobrecarga de atendimentos

Hoje em Dia
16/06/2015 às 19:30.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:30
 (Eugênio Moraes/Arquivo Hoje em Dia)

(Eugênio Moraes/Arquivo Hoje em Dia)

Vereadores da Comissão de Saúde e Saneamento da Câmara de Belo Horizonte realizara uma visita técnica ao Hospital Odilon Behrens (HOB) na manhã desta terça-feira (16) e constataram a sobrecarga no atendimento.   Ao vereadores, usuários e funcionários reclamam da demora no atendimento, da falta de insumos e medicamentos e das condições de trabalho. Segundo a gestão do hospital, a demanda é elevada, totalizando 18 mil atendimentos por mês, dos quais 40% são provenientes da Região Metropolitana; e o fechamento do atendimento de várias complexidades no eixo Norte tem contribuído para uma espera maior de pacientes de baixa complexidade.   “Meu pai sofreu uma queda, machucou o braço, bateu a cabeça e, até agora, não foi atendido”, relatou o pedreiro Lúcio Fabrício Pinheiro. A diretora da área de Saúde do Sindibel, Ângela de Assis, reclamou, por sua vez, da situação precária do hospital quanto ao processo de trabalho e aos equipamentos. Segundo ela, os funcionários reclamam do excesso de trabalho e da falta de medicamentos e insumos em alguns setores. “Foram, ainda, cortados os copos descartáveis de pacientes e acompanhantes”, completou Assis.   Outros problemas apontados foram a sobrecarga da clínica médica, onde 11 funcionários cuidam de 60 leitos, a redução da insalubridade de R$ 175 (20% do salário-base) para R$ 70, a falta de lanche e de definição de escalas e carência de profissionais de apoio, fonoaudiólogos e fisioterapeutas na Unidade Neonatal de Cuidados Continuados, que atende uma população de risco. Em contrapartida, conforme relataram gestores do hospital, com o aumento de doenças respiratórias nesta época do ano, foi ampliado o número de pediatras de plantão, de quatro para sete.   Gestão   Conforme explicou a superintendente do HOB, Paula Martins, constatou-se no pronto-socorro, nos últimos cinco meses, um aumento de 50% da demanda do hospital, que reflete o que vem ocorrendo no entorno de Belo Horizonte, principalmente na RMBH. Além disso, segundo ela, o aumento da demanda se deve, ainda, ao fechamento de várias unidades de alta complexidade em cidades do eixo Norte.” Isso faz com que se tenha uma espera maior de pacientes de baixa complexidade, mas uma espera adequada de pacientes de alta complexidade”, destacou.   Quanto à falta de materiais e equipamentos, a gestora disse que o HOB se adequa à política nacional e internacional de segurança e qualidade, segundo a qual o material deve ser disponibilizado de acordo com a prescrição e necessidade, a fim de evitar eventos adversos. No que se refere aos antibióticos, ela argumentou que alguns sais desses medicamentos não estão disponíveis no mercado e, por isso, devem ser trocados. Desta forma, há uma restrição do uso desse medicamento no hospital.    No que diz respeito à falta de lanche, de acordo com Martins, o vale-refeição foi solicitado e referendado, por meio de enquete, pela própria comunidade hospitalar em 2014. Quanto à falta de definição de escalas para os profissionais, a gestora informou que foi realizado concurso público este ano, que será homologado ainda neste mês, para a convocação de novos servidores. No que se refere à demora no atendimento, Martins esclareceu que estes são atendimentos de baixa prioridade.   Pontos observados   O vereador Dr. Nilton (Pros) observou, na visita, que o hospital apresenta grande demanda e consequente sobrecarga, mas ressaltou que, apesar disso, oferece qualidade quanto ao atendimento. “Às vezes, falta algum equipamento, algum material, observando-se, ainda, alguns atritos na relação gestor-trabalhador, mas vamos conversar com a gestão do hospital, para tentar sanar essas dificuldades”, informou. O vereador Veré da Farmácia reafirmou que o hospital está sobrecarregado, principalmente na área de enfermagem, mas disse que o quadro de profissionais está completo. Já o vereador Márcio Almeida (PRP), que solicitou a visita, notou algumas irregularidades, como falta de fraudas e de copos descartáveis, ressaltando que irá cobrar da Secretaria Municipal de Saúde uma solução para o problema. “Percebemos uma insatisfação por parte dos funcionários, mas a maioria dos serviços está dentro da normalidade, bem como o atendimento e a parte física do hospital”, concluiu.     Leitos   A porta de entrada do HOB é o pronto-socorro, onde os pacientes são encaminhados, quando necessário, para todas as complexidades. O hospital totaliza 407 leitos, dispondo de 40 leitos de terapia intensiva para adultos; uma sala de emergência, que dispõe de 20 leitos de terapia de adultos e quatro leitos de reanimação e internação. Na área infantil, o hospital possui dez leitos de terapia intensiva para crianças e 35 de terapia intensiva neonatal. O Hospital Odilon Behrens atende especialidades como neurologia, neurocirurgia, pediatria, ortopedia, clínica médica, cirurgia vascular, cirurgia geral, odontologia, ginecologia, obstetrícia e cirurgia pediátrica.

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