Vias mal sinalizadas ou dimensionadas confundem motoristas

Danilo Emerich - Hoje em Dia
08/08/2014 às 07:32.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:42
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Em Belo Horizonte, nem o mais perito dos motoristas está livre das pegadinhas do trânsito, consequência, na maioria dos casos, da sinalização insuficiente e do traçado da pista mal dimensionado.   São placas escondidas atrás de árvores, ou mesmo a ausência delas, inclusive em trechos que passaram por obras recentes. Afunilamentos súbitos de ruas e avenidas também surpreendem.   Especialistas criticam a precariedade das placas indicativas e apontam algumas das principais armadilhas viárias. Para a consultora em trânsito e transporte Leise Kelli de Oliveira, toda a sinalização de Belo Horizonte deveria ser revista. “A cidade está em constante construção, mas não há indicação dos novos caminhos”.   A assessoria de imprensa da BHTrans informa que está em execução um projeto, em parceria com a Belotur, de renovação da sinalização em 13 grandes corredores. Já receberam melhoria as avenidas Raja Gabaglia, Barão Homem de Melo e vias no perímetro da Contorno. Atualmente, são atendidas as avenidas Afonso Pena, Antônio Carlos e Otacílio Negrão de Lima.   GARGALO – O trevo de interseção das avenidas Mário Werneck e Barão Homem de Melo, no Estoril (região Oeste), é um verdadeiro tormento para o motorista. Subitamente, o acesso à rotatória sofre um afunilamento, passando de duas para uma pista. “Sempre acontecem batidas por aqui”, diz o taxista Silbi Vasconcelos, de 52 anos. Segundo o especialista em trânsito Osias Batista Neto, há um equívoco na geometria do contorno. “Existe um acréscimo de calçada, junto com pontos de ônibus, afunilando a pista. Isso reflete até na avenida Raja Gabaglia”, afirma Neto. A BHTrans não tem planos de modificar o trecho.   ESCONDE-ESCONDE – O problema nem sempre é a ausência de sinalização, mas a falta de visibilidade dela. Um dos exemplos está na BR-356, no Santa Lúcia (Centro-Sul), onde a placa indicativa para Ouro Preto e o Rio de Janeiro está encoberta pela copa de uma árvore. “BH, em geral, é bem sinalizada e melhorou antes da Copa do Mundo, mas ainda falta clareza e continuidade dessa sinalização”, afirma o especialista em trânsito e transporte Silvestre Andrade Filho. A reportagem tentou contato ontem à tarde com a assessoria de imprensa do Dnit, responsável pelo trecho, mas ninguém foi localizado para falar sobre o assunto.    ESPAÇO APERTADO – Uma dos pontos críticos é o conflito gerado pela faixa exclusiva de ônibus da avenida Nossa Senhora do Carmo (Centro-Sul). Motoristas que saem da trincheira da rua Rio Grande do Norte precisam cruzar as pistas para não invadir a via dos coletivos e não ser multados pelo radar. O problema é que o espaço para a manobra é considerado curto demais. O chamado translaçamento se repete na saída do Complexo da Lagoinha, pelo viaduto Leste, no sentido avenida Antônio Carlos/bairro. Quem deseja acessar o viaduto Senegal e fazer o retorno para acessar a Pedro II tem pouco espaço. Segundo a BHTrans, a distância para as manobras são suficientes e não exigem intervenção.    PARA ONDE IR? – Mais adiante, ainda na avenida Antônio Carlos, mas na Pampulha, a confusão se instala na cabeceira do aeroporto. O local passou por obras recentemente para a implantação de uma estação do BRT/Move. As placas indicativas são provisórias e fica difícil saber qual caminho tomar rumo aos bairros Céu Azul e Itapoã. Segundo a BHTrans, a sinalização definitiva ainda não foi implantada, pois ainda há obras no trecho. Além disso, informa a autarquia, por conta do aeroporto, não é possível implementar iluminação ampla no local. Para o especialista em trânsito Ronaldo Gouveia, muitos problemas de BH foram causados pela adaptação de vias em função do tráfego. “Onde há excesso de veículos, geram-se conflitos, congestionamentos e acidentes”.  

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