Vigilância será reforçada na Fafich após denúncias de tráfico de drogas

Hoje em Dia
27/03/2015 às 21:30.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:25
 (CARLOS RHIENCK/HOJE EM DIA)

(CARLOS RHIENCK/HOJE EM DIA)

Em função das denúncias de tráfico de drogas e outros casos de violência dentro da  Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a segurança na unidade será intensificada a partir da noite desta sexta-feira (27).   A medida foi definida em uma reunião entre o diretor da Fafich, Fernando Filgueiras, e o reitor  da UFMG, Jaime Ramírez, na manhã desta sexta. A vigilância terá rondas por andar. Seguranças irão circular pelo prédio e pelas imediações. Além disso, os serviço dos porteiros e da patrulha universitária, que circula pelo campus Pampulha, também irão dar suporte aos vigilantes, que vão dar atenção especial à segurança durante o período noturno.    “Vamos intensificar as ações de vigilância e segurança, buscando assegurar atenção especial para a Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas”, afirmou, o reitor Jaime Ramírez.    Segundo o Fernando Filgueiras, a medida vai dar mais tranqüilidade para os membros da comunidade. Filgueiras esclarece, ainda, que as aulas na Fafich foram suspensas apenas nesta sexta-feira e serão retomadas na próxima segunda-feira (30).    Em função das denúncias, alunos do curso de História da Fafich, chegaram a ter as aulas suspensas nesta sexta-feira (27). O motivo seria a falta de segurança devido a suspeita de tráfico de drogas dentro da universidade.   Debate   Além disso, uma reunião será realizada na próxima segunda-feira, às 8h, na Fafich, do órgão colegiado chamado de Congregação, integrado por professores, servidores e alunos. No encontro será definido quando as aulas serão retomadas, se haverá ou não pedido de intervenção policial na unidade, além de outras medidas de segurança.   De acordo com o Fernando Filgueiras, o objetivo é apresentar alternativas consistentes e duradouras de utilização desses locais. “Estamos atentos ao caráter educacional de nossa instituição e estamos encarando este momento como uma oportunidade para o debate aberto e propositivo”, avalia.    “Somos uma instituição pública, com ideais democráticos, que preza a diversidade. A Universidade é um espaço para o diálogo, mas há regras que têm que ser respeitadas por todos. Temos ciência que a situação é séria e complexa, e as medidas necessárias para garantir segurança e tranquilidade para aqueles que aqui estão, desenvolvendo atividades de ensino, pesquisa e extensão, serão tomadas”, completa o reitor.    Diretório Acadêmico   O Diretório Acadêmico da Fafich também se posicionou sobre as denúncias dentro da unidade. Confira a nota:   “(...) Acerca da venda de drogas na universidade, acreditamos que é algo antigo, e camuflado quando feito por estudantes. Essa não é uma questão que cabe apenas a universidade, mas deve ser um debate da sociedade visto que o Estado falha ao acreditar que política de drogas se faz com bala. Problemas como assédio às mulheres, perseguição à LGBTs e a negros e negras são frequentes e sempre aconteceram no âmbito universitário, e a Universidade sempre os suprimiu, se omitiu e poucas vezes os puniu. Denúncias essas que não são dirigidas somente ao público externo, mas principalmente a professores, técnicos e estudantes.   É surpreendente que a pauta de Segurança seja colocada somente após a presença desses jovens negros e da periferia no campus. Há anos estudantes denunciam os problemas de segurança e sucateamento, em especial na FAFICH. A Faculdade não nos oferece iluminação adequada, salas de aulas equipadas ou mesmo materiais básicos de limpeza e higiene. O campus da UFMG também é mal iluminado, a guarda universitária é mal formada e é dirigida a proteger o patrimônio ao invés das pessoas. Esses problemas são anteriores aos cortes de verba pelo Governo Federal e demonstram o descaso da UFMG com os/as estudantes, em especial com a Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH).   O Diretório Acadêmico Idalísio Soares Aranha Filho (D.A FAFICH), entende que o espaço pertence a toda sociedade, e nessa perspectiva, vem elaborando diversas iniciativas que buscam o aproveitamento e a inclusão das pessoas. A promoção da cultura também é buscada, e a intervenção nas paredes do D.A. é tida como um ato cultural e de resistência. A UFMG como espaço público deve manter as portas abertas à toda comunidade e estar integrada à cidade. Deve promover ações de ocupação com inclusão, garantir estruturas materiais para o uso desses espaços e a formação de uma Segurança Universitária humanizada que seja dirigida às pessoas.   Um debate comprometido que envolva todos/as é o primeiro passo a ser dado agora.”

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