Você está no 'piloto automático'? Veja sete sintomas que indicam que é preciso desacelerar

Izamara Arcanjo
Especial para o Hoje em Dia
03/12/2021 às 13:31.
Atualizado em 08/12/2021 às 01:12
 (Banco de Imagens/ Freepik)

(Banco de Imagens/ Freepik)

A maioria das pessoas já passou por algumas situações em que não se lembra de como chegou a um determinado lugar ou como realizou determinada atividade. Em muitos casos, elas simplesmente fizeram aquilo no "piloto automático". São inúmeras as atividades que o cérebro faz de modo espontâneo, ou seja, de modo repetitivo a ponto de tirar o foco daquela situação para economizar energia.

“O ser humano precisa de hábitos para facilitar a sua rotina e ela tem sua importância pois ajuda a economizar tempo e esforço mental,  além de nos dar segurança quanto aos resultados que queremos obter”, explica Patrícia Lessa, pedagoga e especialista em ginástica para o cérebro.

Entretanto, a especialista alerta que estar em “piloto automático” a maior parte do tempo passa a prejudicar o cérebro. “A pessoa perde momentos importantes como apreciar situações felizes e engraçadas, lembrar da série que assistiu, o que foi dito em uma reunião de trabalho, memorizar a página do livro que acabou de ler”, diz.

Lessa ainda explica que existem diversas maneiras de sair do “piloto automático” e praticar o que chamamos de atenção ativa no dia a dia. Ela cita como exemplos experimentar fazer compras em um local diferente ou mesmo fazer um caminho diferente do que estamos acostumados para chegar em casa.

“Cada novidade introduzida na rotina colocará nossa mente em estado maior de alerta.  É preciso ampliar a nossa atenção para oferecer ao nosso cérebro os estímulos corretos para que ele consiga performar melhor em diferentes faixas etárias. Para que sejam assertivos, esses estímulos precisam envolver novidade, variedade e grau de desafio crescente”, lembrou.

Atenção plena

As consequências de um estilo de vida acelerado vão desde pequenos esquecimentos a até o chamado lapso de memória. É necessário se preocupar a partir do momento em que eles se tornem frequentes, principalmente, em atividades que eram consideradas rotineiras. 

Em alguns casos, algumas disfunções comportamentais e dificuldades na linguagem também podem ser considerados indícios do início de alguma demência mais séria.  Confira alguns sinais de que você está colocando o seu cérebro no automático – e veja como mudar isso, com as dicas de Patrícia Lessa

1 - Falhas de memória – O que define uma boa memória é a capacidade de acessar com facilidade as informações que retemos enquanto estudamos, viajamos e conversamos com as pessoas. Antes de acessar estas informações, temos que ter também boa capacidade de retê-las, e isso ocorre, entre outros fatores, pela nossa capacidade de atenção. Viver atenta e intensamente o presente também é uma forma de reter informações. Outra forma é praticar exercícios para o cérebro, estimulando neurônios e fortalecendo conexões.

2 - Senso de urgência para tudo – Você já parou para pensar no que é realmente importante para a sua vida? Em um mundo exigente e multitarefas, do qual muitas vezes não temos total controle, é preciso criar ilhas de atenção não apenas para dar conta de todas as atividades, mas para que isso aconteça de forma a não prejudicar nossa capacidade cognitiva. Uma dica é se organizar, priorizando tarefas mais difíceis para o começo do dia, quando o cérebro está mais ativo e descansado. 

3 - Dificuldade em concentração - Quando falamos em concentração, nos referimos à capacidade de manter-se atento por período contínuo. Ter concentração é também ter atenção. Cansaço, sonolência, uso de substância psicoativas e álcool interferem na atenção. A prática de estimulação cognitiva ou ginástica para o cérebro atua diretamente neste sentido. 

4 - Culpa por descansar - Já se sentiu culpado por estar descansando? Por incrível que pareça, isso é uma queixa constante, sobretudo de quem tem uma rotina repleta de afazeres, metas altas e muita cobrança no ambiente de trabalho. “É comum ouvirmos as pessoas dizerem que estão ‘precisando de férias’. Isso nada mais é do que uma verbalização do que o corpo está pedindo: uma desaceleração das tarefas, uma mudança de rotina para que ele possa trabalhar mais e melhor”, pontua Patrícia Lessa.

5 - Sensação de insuficiência – Em uma sociedade que luta por resultados constantes, a cobrança mais cruel muitas vezes  é mais intensa internamente do que externamente. É possível dosar esta sensação com foco no autoconhecimento e estímulos que ajudam o cérebro a alcançar seu potencial máximo, trazendo mais qualidade de vida e performance. 

6 - Cérebro multitarefas – É quase impossível viver em 2021 sem experienciar, na prática, o conceito de multitarefas. Por vezes, nem mesmo às crianças é dada a oportunidade do ócio, sem uma rotina com muitas coisas a fazer. Entre oferecer ao cérebro um período de descanso ou desafiá-lo a aprender coisas novas, a dica, segundo a especialista, é o caminho do meio.  

7 - Irritabilidade e outros sintomas – Uma consequência dos nossos tempos são transtornos psíquicos, muitas vezes evidenciados por sintomas como a irritabilidade permanente. É preciso estar atento a pequenos sinais do corpo pedindo os estímulos certos ou um pouco mais de descanso e organização da rotina.  

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