Com o fim do esquema especial montado para a Copa do Mundo no último domingo, o fim do período de férias e a volta às aulas, acabou na segunda-feira (14) a tranquilidade no Trânsito de Belo Horizonte. Segundo a BHTrans, cerca de 50 mil veículos retornaram às ruas da capital e, com eles, cenas rotineiras: filas duplas e congestionamentos nos horários de entrada e saída dos estudantes.
Para conscientizar os pais, a BHTrans iniciou uma campanha educativa em 40 escolas da capital. Até o próximo dia 25, cerca de 150 monitores da Gerência de Educação vão orientar e entregar folhetos sobre medidas de segurança ao volante. Apesar da ação, recorrente no início dos períodos letivos, muitos pais ignoraram as regras e não estacionaram os veículos nas áreas apropriadas para o embarque e desembarque dos filhos.
O analista da Gerência de Educação da BHTrans Ronaro Ferreira frisa que o trabalho educativo é permanente. “Estamos só reforçando o que os pais já sabem”.
Mais fiscalização
O Batalhão de Trânsito da Polícia Militar alerta que qualquer infração flagrada será penalizada com multas, segundo o assessor de imprensa do batalhão, tenente Nagib Magela Jorge de Oliveira. “As filas duplas afetam a circulação. Se forem flagrados, os condutores serão multados”, alerta. A multa por estacionar em fila dupla é de R$ 127,69 e o condutor perde cinco pontos na carteira.
O professor de engenharia de transporte e trânsito da Universidade Fumec Márcio Aguiar ressalta que a fila dupla é um problema difícil de resolver, pois impede e compromete o fluxo de uma faixa, além de causar o afunilamento da via.
“É preciso um trabalho de fiscalização, orientação e sinalização intensa em frente às escolas. Muitas vezes, os pais querem quase entrar com o carro no colégio para deixar o filho. O ideal é transportar a criança em vans ou ônibus escolares”, sugere.
Fluxo intenso nas estações do Move
A volta às aulas também complicou o embarque e desembarque nas estações do Move, inauguradas no período das férias escolares. Com o aumento do fluxo de pessoas, muitos passageiros enfrentaram filas maiores, não conseguiram lugar para sentar nos veículos ou tiveram até que esperar outro ônibus.
A auxiliar de escritório Rosilaine Francisca, de 48 anos, disse que o volume de pessoas foi bem maior e as filas estavam tumultuadas. “O pessoal não respeitava a fila e estava um caos”, afirmou. Ela pegou o ônibus da linha 50, que faz o trajeto direto entre a Estação Pampulha e o Centro, mas já previa esse aumento do fluxo de pessoas com a volta às aulas.
“Para não pegar o ônibus lotado, tive que esperar uns dois ônibus partirem. Antes eu esperava só um”, contou a vendedora Francisca Rodrigues, de 20 anos. Já o designer Wilton Duarte acredita que o fluxo deve aumentar nos próximos dias. “Em algumas faculdades as aulas ainda não voltaram. Quando retornarem, acho que os ônibus vão ficar ainda mais cheios”, disse.
De acordo com a BHtrans, com a volta às aulas, há um aumento de 10% no fluxo de veículos, o que corresponde a 50 mil carros a mais nas vias. Segundo a Gerência de Planejamento e Controle Operacional do órgão, na manhã de segunda-feira (14) houve trânsito intenso no sentido bairro-centro em várias avenidas como Antônio Carlos, Raja Gabáglia, Pedro I e na Teresa Cristina.
“O número de carros aumentou muito. O tráfego está pesado”, disse o motorista Carlos Antônio, 42 anos. “No primeiro dia de volta às aulas o trânsito fica muito ruim”, completou o motorista Benvindo de Oliveira, 56 anos.
“Durante os horários de entrada e saída dos alunos, a situação piora. Antes do retorno das aulas, estava mais tranquilo”, destacou a psicóloga Tatiana Dias, 37 anos. O serralheiro Ricardo Alves, 28 anos, acredita que a situação tende a ficar ainda mais complicada. “Acho que vai piorar nos próximos dias porque muita gente ainda não voltou efetivamente para a rotina”, enfatizou.
Volta às aulas, velhas práticas na porta das escolas da capital

Na porta do Colégio Loyola, na Cidade Jardim, alunos foram deixados pelos pais até no meio da rua
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