Voluntárias 'costuram' afeto para mulheres com câncer

Patrícia Santos Dumont - Hoje em Dia
01/11/2015 às 15:52.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:18
 (Carlos Henrique/Hoje em Dia)

(Carlos Henrique/Hoje em Dia)

Para grande parte dos brasileiros, domingo é dia de ficar em casa, de descansar. Mas para um grupo de voluntárias de Belo Horizonte, a tarde de hoje teve um motivo mais do que especial para deixar o conforto do lar e fazer algo pelo próximo. Cerca de dez mulheres se reuniram no Minas Shopping, na região Nordeste de Belo Horizonte, para, literalmente, costurar um gesto de afeto e presentear mulheres em tratamento contra o câncer de mama.

Voluntárias do Minas do Bem - grupo criado em 2014 em prol das causas sociais -, elas se uniram para confeccionar os "corações do bem". As almofadas em formato de coração serão doadas a instituições que oferecem tratamento oncológico na capital. O material tem um significado duplo: além de simbolizar um gesto de afeto e carinho, as almofadas podem ser usadas debaixo do braço por mulheres que perderam a mama em função da doença.

"De tempos em tempos, nos reunimos para fazer algum tipo de trabalho e ajudar alguém. A ideia das almofadas surgiu nos Estados Unidos e abraçamos a causa. O formato anatômico dá conforto às mulheres, vítimas do câncer, que precisaram retirar a mama", comenta Andréia Antunes Maia, de 40 anos, uma das coordenadoras do projeto.

800 UNIDADES

As almofadas de coração vêm sendo produzidas pelo grupo há seis dias. Até agora, já são mais de 800 unidades que, a partir da próxima terça-feira (3), serão levadas a hospitais como a Santa Casa, Felício Rocho, Mário Penna e Baleia, todos na capital.

Dona Manoela da Silveira Antunes, de 84 anos, é a ajudante mais velha e também uma das mais dedicadas. Aos dedos, ágeis, ela não dá trégua, e costura sem parar o material que seguirá para doação. "Minha filha que começou tudo e eu acho muito bom poder ajudar, fazer o que as pessoas precisam. Acho o máximo", diz.

NO MUNDO TODO

O projeto foi descoberto nos Estados Unidos e divulgado por uma oncologista. Após ter passado por uma cirurgia na mama, em 2012, e ter testado o conforto da almofada, Janet Kramer Mai, decidiu fazer com que cada paciente dela recebesse uma almofada após a cirurgia.

A ideia foi levada à Dinamarca e espalhou-se para a Europa. Hoje, os "corações do bem" - ou almofadas do coração - são usadas por milhares de mulheres no mundo todo, incluindo as brasileiras, onde o projeto chegou este ano.

A almofada é projetada para ser colocada debaixo do braço para aliviar a dor cirúrgica, reduzir o inchaço linfático, diminuir a tensão nos ombros e também como cinto de segurança no carro para proteger contra eventuais choques.

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