Xixi de folião vira adubo em Belo Horizonte

Heraldo Leite
hleite@hojeemdia.com.br
11/02/2018 às 16:18.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:17
 (Divulgação/PBH)

(Divulgação/PBH)

Motivo de brigas e incômodos durante o Carnaval, o xixi do folião belo-horizontino vai virar adubo. Seis banheiros químicos estão com um material que vai coletar o fósforo presente na urina e reaproveitá-lo no cultivo de flores no Jardim Botânico da capital. O projeto é pioneiro e surgiu de estudos do Departamento de Química da UFMG.

"O fósforo está cada vez mais raro na natureza e ele é essencial na produção de fertilizantes", ensina o químico Arthur Silva, um dos coordenadores do projeto que conta com o apoio da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Belotur. O fósforo também é utilizado pela indústria alimentícia como conservante.

Segundo Arthur Silva, é possível separar, em média, 300 ml de fósforo por cada litro de urina. E cada tanque de um banheiro químico contém, por sua vez, cerca de 200 litros de dejetos. "Desperdiçamos hoje 650 quilos por dia de fósforo nos banheiros, só em Belo Horizonte", calcula o químico da UFMG e doutorando em inovação tecnológica.

O projeto foi batizado de P4Tree (Pi for tree, ou xixi para as árvores, numa tradução livre). Dos seis banheiros, dois são fixos e ficarão na Avenida Brasil até o fim do Carnaval. Os outros quatro são móveis e já percorreram a Praça da Liberdade, o Barreiro e Santa Tereza.

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