Hyundai Santa Cruz é a Toro para o mercado norte-americano

Marcelo Jabulas
@mjabulas
21/04/2021 às 12:57.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:44
 (Hyundai/Divulgação)

(Hyundai/Divulgação)

Desde que a indústria do automóvel começou a tomar forma no final do século 19, ficou convencionado que uma picape (truck nos Estados Unidos) usaria carroceria sobre chassi e teria a caçamba destacada da cabine. Esse conceito imperou ao longo das décadas, salvo as picapes leves, derivadas de carros de passeio como Ford Ranchero, Chevrolet El Camino, assim como as nossas Pampa, Strada e similares. Mas a Honda resolveu que poderia fazer uma picape maior com carroceria monobloco, na terra do Tio Sam, e a Fiat fez o mesmo por aqui. A Hyundai também anunciou que faria em 2015.

 E finalmente a marca sul-coreana apresentou a versão definitiva da picape Santa Cruz. O utilitário que foi revelado em 2015, como carro conceito, chega para concorrer no segmento de picapes compactas no mercado norte-americano.

A Santa Cruz segue o mesmo conceito de arquitetura que a Fiat Toro, com uso de carroceria monobloco e caçamba integrada. Nas picapes médias convencionais, cabine e compartimento de carga são independentes e montados sobre as longarinas do chassi.

No entanto, a rival da Santa Cruz não será o modelo italiano, mas a japonesa Honda Ridgeline, que está em sua segunda geração. Suas medidas são maiores que as da Toro. Ela tem cinco metros de comprimento, contra 4,92 m da picape pernambucana. Por outro lado, é cerca de 30 cm menor que uma Chevrolet S10.

Visual

Visualmente, o conceito de 2015 era bem mais agradável que o modelo final. A Santa Cruz adota a atual identidade visual da marca com grade em forma de trapézio que se funde aos faróis, como o novo Tucson. Ela é mais agradável que o HB20 e o futuro Creta, mas não se compara com o visual da versão conceitual, que também derivava da geração passada.

Boa parte dos elementos do conceito foram integrados no carro final, como por exemplo a coluna C. As portas traseiras substituíram as pequena portinholas (que eram comuns nas antigas versões Crew Cab). A seção traseira também foi redesenhada com formas retangulares e o nome gravado na tampa da caçamba. As rodas são aro 20, mas há opção com rodas de 18 polegadas e pneus para uso off-road.

Motores

A Santa Cruz é oferecida com dois motores, partindo de uma unidade 2.5 aspirada de 190 cv e outra, também com 2,5 litros de deslocamento, mas com auxílio de turbocompressor, com 275 cv. Nos dois casos a tração é integral e a transmissão, de oito marchas. 

Conteúdos

A Hyundai mostrou tudo, menos o painel da Santa Cruz. No entanto, revelou que o carro tem quadro de instrumentos digital e uma central multimídia. O carro também conta com assistentes de condução, partida sem chave, dentre outros recursos.

Brasil

A Santa Cruz é um picape que caberia no mercado brasileiro, para disputar terreno junto com a Fiat Toro no segmento intermediário, que tem desempenho superior às médias. No entanto, a Hyundai deixa claro que não tem intenção de trazer a picape.

E as razões são plausíveis. Fabricar o carro aqui demandaria um investimento monstruoso em Piracicaba (SP). E o cenário econômico brasileiro não é o mais favorável para gordos aportes. 

Já trazer o utilitário para o Brasil, faria dele caro demais. Isso porque a picape é fabricada na planta da Hyundai no Alabama (EUA), condição que pagaria alíquota cheia do imposto de importação, o que a tornaria incapaz de competir no mercado.

Isso sem contar o fato de que não há um motor diesel, o que não faz falta nos Estados Unidos, mas é prioritário no mercado Brasileiro.

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