Imprensa Colombiana doa papel para mídia venezuelana

Agência Estado
01/04/2014 às 20:48.
Atualizado em 18/11/2021 às 01:53

Três jornais venezuelanos esperam um carregamento de 52 toneladas de papel que vem da Colômbia, o que possibilitará que eles sigam publicando por ao menos duas semanas.

A iniciativa de um empréstimo de papel aos jornais venezuelanos surgiu na Associação Colombiana de Editores de Jornais e Meios Informativos (Andiarios), uma organização sem fins lucrativos fundada em 1961 e que agrupa atualmente a 39 veículos de imprensa. O carregamento será destinado aos diários El Impulso, El Nuevo País e El Nacional.

As toneladas de papel, importadas do Canadá, chegaram ao porto de Cartagena no dia 21 de março e as 75 bobinas seguem em dois caminhões até a cidade de Paraguachón, na fronteira com a Venezuela, no extremo norte dos dois países. O carregamento deve chegar ao local da entrega em 3 de abril.

"A ideia é ajudar os meios de comunicação que tem sido obrigado a baixar significativamente o volume de suas publicações porque não têm acesso ao papel", disse o presidente da Associação, John Ruiz.

A Associação espera que a doação aos jornais não enfrentem resistência por parte das autoridades venezuelanas na fronteira. O custo do papel é de aproximadamente US$ 35 mil, que foi arcado integralmente pela Andiarios.

A iniciativa também é um convite "para que os jornais de outros países e para as associações que lutam pela liberdade de imprensa apoiem a mídia venezuelana", disse a diretora executiva da Andiarios, Nora Sanín.

"É uma grande iniciativa de solidariedade que esses periódicos colombianos estão fazendo ao enviar-nos papel, uma vez que estamos em crise agora", disse o editor do El Nacional, jornal que tem sede em Caracas, Miguel Henrique Otero.

Otero disse ainda que vai viajar para o Brasil na próxima sexta-feira para tentar obter mais empréstimo de papel e obter o apoio de outras associações além da Andiarios.

"O gesto solidário dos editores colombianos colocará à prova o governo da Venezuela, que continua com sua estratégia de restrições diretas aos jornais, uma das poucas vozes independentes que existem no país e que o presidente Nicolás Maduro pretende silenciar", escreveu o presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da Sociedade Interamericana de Imprensa, Claudio Paolillo, em um comunicado. Fonte: Associated Press.

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