(Carlos Henrique)
O Natal chegou mais cedo em Belo Horizonte. Pelo menos é essa a sensação de clientes diante de diversas vitrines na cidade. Na esperança que o bom velhinho espante a crise, empresários abriram as portas de lojas temáticas e garantem que as peças já fazem sucesso entre a clientela que nem pensa em deixar a decoração para a última hora. “Pelo andar da carruagem, vamos conseguir vender até 10% mais em relação ao ano passado”, comemora a gerente de uma das lojas da Casa Maia, Margarida Menezes. Durante o período entre fevereiro e setembro, as unidades de Lourdes e do Santo Agostinho vendem móveis, quadros, espelhos e artigos de decoração em geral. Mas a partir da segunda quinzena de setembro até janeiro, o foco é o Natal. “Tem cliente que é afoito. Já vendemos inclusive algumas árvores”, conta. Na contramão da expectativa de outros varejistas e de pesquisas sobre as vendas para dezembro, Margarida acredita que a crise não deve afetar as compras natalinas. Pelo contrário. Para espantar o baixo astral da economia, muitas famílias devem caprichar nos enfeites de casa. “É como uma válvula de escape”, acredita.
Entre as novidades deste ano ela cita as bolas de led e a linha ecológica de pássaros com plumagem verdadeira para enfeitar as árvores. O xodó da coleção é um Papai Noel que canta sentado ao trono, vendido por R$ 3.500. Já as árvores custam de R$ 298, com 90 centímetros de altura, até R$ 3 mil, de 2,70 metros. Com unidades em Lourdes e no BH Shopping, a Casa Futuro tem artigos natalinos para sala, cozinha, área externa e até banheiro. “Temos produtos para todos os gostos e bolsos”, diz a empresária e projetista Cláudia Travesso. Segundo ela, como os contratos de compra foram fechados no início do ano, com o dólar cotado a pouco mais de R$ 2, as mercadorias estão “apenas” 6% mais caras que no ano passado. “Mas o produto que acabar não vou conseguir repor”, afirma. Na Casa Futuro, há desde uma flor com motivo natalino, comercializada por R$ 2 a unidade, até um presépio de R$ 2 mil. “O cliente pode até reduzir a compra ou optar por árvores menores, mas não deixa de comprar”, diz Cláudia. Uma das apostas da empresária para este ano são diferentes versões de Papai Noel. “Tem desde o pipoqueiro até o gourmet”, descreve. Dona das lojas Tempori, a empresária Bruna Magalhães Gosende não quer nem ouvir falar de crise. “Acreditamos em 2015 como acreditamos em todos os outros anos. Quem gosta de Natal, não deixa de decorar a casa e reunir a família”, afirma. Apesar de a festa ainda estar distante no calendário, ela diz que já atendeu a diversos clientes. “A procura está aquecida”, diz ela, que já considera o tapete iluminado de parede um sucesso de vendas. O valor é a partir de R$ 380. Outro que caiu nas graças da clientela foi o Papai Noel que brilha, próprio para o jardim. Laços de diversos tamanhos e modelos também devem agradar.