João Leite e Alexandre Kalil duelam pelo comando da capital

Janaína Oliveira e Tatiana Lagôa
primeiroplano@hojeemdia.com.br
03/10/2016 às 07:56.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:04
 (Editoria de Arte)

(Editoria de Arte)

A corrida eleitoral pela Prefeitura de Belo Horizonte terá um novo round a partir de hoje. Os candidatos João Leite (PSDB), que tem o apoio do senador Aécio Neves (PSDB), e Alexandre Kalil (PHS), ex-presidente do Atlético, vão disputar no segundo turno quem será o prefeito da capital mineira pelos próximos quatro anos. O tucano recebeu 33,40% dos votos válidos, enquanto o ex-cartola obteve 26,56%. 

O resultado confirmou as estimativas feitas pelos institutos de pesquisas, que apontavam um embate entre João Leite e Kalil.

Rodrigo Pacheco (PMDB) ficou com 10,02% da preferência do eleitor. Reginaldo Lopes (PT) obteve 7,27% dos votos. Atual vice-prefeito e candidato apoiado por Marcio Lacerda (PSB), Délio Malheiros (PSD) apareceu com 5,45%. 

Maria da Consolação (PSOL) conquistou 4,11% do eleitorado. Já Eros Biondini (PROS) obteve 3,90%. Luis Tibé (PTdoB) computou 3,26%. Sargento Rodrigues (PDT) teve 2,87%, Marcelo Álvaro (PR), 2,71% e Vanessa Portugal (PSTU), 0,44%. 

João Leite acompanhou a apuração em casa, ao lado da mulher, a ex-jogadora de vôlei Eliana Aleixo, filhos e familiares. 

Por volta das 20h, ele chegou ao Comitê Central, no Barro Preto. Ao lado dos senadores tucanos Aécio Neves e Antonio Anastasia, agradeceu os votos e afirmou que, como ex-atleta, irá encarar o segundo turno como o segundo tempo de uma partida de futebol.

“Já bebi água. Entro para o segundo tempo deste jogo com muito mais entusiasmo. Amanhã (hoje) mesmo recomeço as andanças para mostrar as propostas”, discursou.

João Leite evitou falar de apoios. “Já temos alianças com as pessoas, costuradas em cada lugar que visitei, onde esgoto não é coletado. Minha principal aliança é com os pobres”, afirmou. 

Alexandre Kalil também agradeceu os eleitores. “Agradeço a esse povo porque lutar sozinho contra dois senadores, um prefeito e um governador e ter tantos votos com apenas 20 segundos de televisão é impressionante”, disse. 

Para ele, no segundo turno a campanha será mais igual, onde os dois candidatos terão o mesmo espaço na TV. 

Leia também:


'Entro para o segundo tempo desse jogo com muito mais entusiasmo', diz João Leite
'Quero todos eles do lado de lá', diz Kalil sobre alianças no segundo turno

Rivais adotam discurso parecido para a reta final

A campanha do segundo turno mal começou e os candidatos a prefeito de Belo Horizonte já se articulam em busca da preferência do eleitor. Pelo menos no discurso, João Leite (PSDB) e Alexandre Kalil (PHS) afirmaram ontem, numa tentativa de aproximação com o eleitorado e de negação do “jogo político”, que a aliança deles será com a população. A busca de apoio de partidos até então rivais pode não ser bem vista pelos eleitores.

“Agora não preciso deles mais não. Eu fui com 20 segundos de televisão para não me vender para eles. Eu quero todos eles do lado de lá. E o povo vem para o lado de cá”, afirmou Kalil. E completou: “Não quero partido, quero povo. Andar com essa gente não é bom. Foi provado nas urnas que não é bom”. 

Mas, ao mesmo tempo que negou aceitar apoios, o ex-cartola disse que os “homens de bem” serão bem recebidos na nova fase da campanha. Contudo, ele não explicitou quem são essas pessoas. 

Para o segundo turno, o discurso de não ser político utilizado por Kalil nos últimos 45 dias deve ser fortalecido. Ele disse que conseguiu chegar à fase final por não dizer “bravatas”. E criticou: “Eles começaram prometendo lote na lua, metrô e acabaram as eleições falando que precisam fazer Belo Horizonte funcionar. Eu disse que eles esqueceram do povo. Que estavam preocupados em alianças, em comprar partidos, em boca de aluguel”.

Briga de ideias

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, cumprimentou Alexandre Kalil pela ida ao segundo turno. “Cumprimento o candidato Kalil. E espero que a disputa eleitoral esteja à altura de BH. Será uma briga de ideias e não de pessoas. Agora, a população poderá conhecer melhor as propostas”, afirmou.

Quanto à possibilidade de alianças com os candidatos derrotados, Aécio disse que a coligação estará aberta para aqueles que quiserem debater propostas exequíveis. 

Para ele, o PSDB sai fortalecido dessas eleições, enquanto o principal rival, o PT, termina menor. “O PSDB será o partido que mais vai administrar capitais e cidades de grande porte. Já ganhamos no primeiro turno em São Paulo e Teresina. E estamos no segundo turno em nove capitais, além de BH. Por outro lado, as urnas mostraram a derrocada do PT, dizimado em muito locais”, finalizou.

Além disso:

Tão logo os votos foram computados, lideranças do PSDB comemoraram não apenas a ida de João Leite ao segundo turno como a possibilidade de ascensão do partido quando o assunto é as eleições de 2018. No entanto, a candidatura do senador mineiro Aécio Neves à Presidência da República corre o risco de esbarrar em rachas dentro da própria legenda. O desempenho de Doria na capital paulista, onde venceu no primeiro turno, pode dar força ao nome de Geraldo Alckmin como representante dos tucanos na briga pelo Planalto.

Segundo colocado na eleição em BH, Alexandre Kalil (PHS) comemorou o resultado com aliados. Com apenas 20 segundos no horário eleitoral gratuito, ele deixou para trás nove candidatos e deve manter o discurso de que não é político nesta nova etapa da corrida eleitoral.

Agora, porém, os candidatos do PSDB e do PHS disputarão a preferência do eleitor em pé de igualdade, ao menos no rádio e na TV. Ambos terão o mesmo tempo para veicular as propostas: 20 minutos por dia cada um. 

João Leite e Kalil também devem apostar nos debates para arrebatar novos votos, e a expectativa é a de que o clima tenso que marcou a reta final do primeiro turno permaneça nesta segunda etapa.

  

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por