João Leite e Kalil não irão convencer nulos e brancos

Publicado em 14/10/2016 às 19:43.Atualizado em 15/11/2021 às 21:14.

Os candidatos a prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS) e João Leite (PSDB), abriram, nesta sexta (14), o segundo turno buscando convencer os indecisos para chegar à vitória final. Missão difícil porque esse contingente que, no primeiro turno, bateu em 42% parece disposto a não se mexer. Juntos, incluem os insatisfeitos, descrentes, revoltados, indignados, entre outros, que vão crescendo a cada eleição. Primeiro, porque os finalistas não apresentaram nada que pudessem atingi-los, ou ainda não encontraram o argumento. Um pequeno percentual poderá ceder.

Segundo, esse não é um fenômeno novo nem brasileiro. Nos Estados Unidos, onde o voto não é obrigatório, também é alta a abstenção, bem como na Europa. Na Antinguidade, Platão dizia ser bastante compreensível que algumas pessoas não gostem de política, desde que saibam que, como as outras, serão governadas por quem gosta de política. Aceitem ou não, os votos nulos e brancos são também uma forma de participação política.

Agora mesmo, grupo politizado que ficou sem candidato nesse segundo turno, e não quer se identificar com os anônimos nulos, brancos e abstenção, decidiu lançar um candidato imaginário que atenderá pelo nome fictício de 'Prefeita Izidora', sob o número 99, mas sem agremiação partidária, real ou virtual. O nome Izidora refere-se a um dos maiores conflitos fundiários da capital, localizado na região Norte, onde 8.000 famílias lutam pelo direito à moradia. O número 99, segundo os idealizadores, seriam os 99% da população.

A presença do 99 nas urnas não terá efeito técnico válido sobre os resultados, assim como não têm os tradicionais brancos, nulos e abstenção. No entanto, o recado político, mais de protesto do que de rejeição, tende a ser mais vigoroso. Entendam como quiserem os políticos, quase sempre preocupados com a própria sobrevivência política, mas tudo tem limite. Já que a renovação da política e as mudanças dentro do próprio sistema não produzem resultados, quem sabe, agora, a reforma política seja inevitável.

Mudanças de fundo como essa dependem menos dos políticos, que, dificilmente, as farão, e mais de atitudes de protesto e a presenças nas ruas. Ainda assim, fica difícil de explicar o porquê da eleição e reeleição de representantes da velha política, como a do prefeito de Salvador, ACM Neto, com 70% dos votos, entre outros. A eleição de Belo Horizonte segue fora da curva, ao colocar no segundo turno um dirigente esportivo que nunca teve atuação política.

TSE veta propaganda aos domingos

Nem bem recomeçaram, e os programas eleitorais de rádio e televisão serão suspensos neste domingo (16) e, no próximo (23). Sem razão objetiva, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Gilmar Mendes, divulgou comunicado segundo o qual a propaganda política será feita somente de segunda a sábado.

Nenhum dos candidatos reclamou, mas impõe nova redução da comunicação deles com seus eleitores. No meio desses treze dias de campanha na televisão, o eleitor ainda poderá acompanhar mais quatro confrontos entre os finalistas. No dia 21, a Rede TV abre a série da reta final; no domingo, 23, será a vez da Record Minas; no dia 25, TV Alterosa, e fechando a maratona, no dia 28, a TV Globo.

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