Escolher o apartamento dos sonhos não é tarefa fácil. Dois ou três quartos? Pisos frios ou de madeira? Banheiros escuros ou claros? Tantas perguntas são só uma amostra dos dilemas que perturbam quem decide adquirir um imóvel – sem falar na necessidade de encaixar o sonho no orçamento. Há casos em que o fim da obra, na verdade, é só o começo de mais quebra-quebra em busca dos ajustes que mais agradam.
Vale lembrar que personalização exige investimento e o ônus dessas mudanças pode chegar à casa dos R$ 100 mil, dependendo das alterações desejadas. Para evitar gastos indevidos, retrabalho, desperdício de material e chateação, uma dica é conferir o que as próprias construtoras oferecem como benefício na hora da compra do imóvel. Muitas permitem alterações diretamente no projeto ou na planta. E o comprador ainda se livra da preocupação com a mão de obra e/ou o acompanhamento das intervenções contratadas.

SOFISTICAÇÃO – Cozinha padrão da MRV tem piso mais simples, de ardósia; o kit oferece a possibilidade de substituição por porcelanato e granito, materiais mais nobres
É possível, dentre outras coisas, aumentar ou diminuir cômodos, transformando um quatro quartos em três, substituir materiais mais simples por outros, sofisticados, e até reposicionar ambientes.
Evitar a dor de cabeça da reforma é, na avaliação da coordenadora comercial de Kit Acabamento da MRV Engenharia, Isabela Soares, a maior vantagem desse tipo de escolha. “Durante a construção, o cliente pode simplesmente usufruir da mão de obra da construtora para executar as mudanças que deseja e ainda manter a garantia concedida do imóvel”.
Na MRV, as possibilidades de alteração fazem parte dos chamados kit acabamento, oito no total. O pedido mais comum tem sido a substituição de acabamentos, de uma ardósia por porcelanato ou piso laminado, por exemplo. Nos banheiros e cozinha, bancadas de granito são as campeãs de preferência.
Praticidade
Evitar a preocupação com fornecedores de materiais e mudar-se para um imóvel, de fato, pronto para morar, são outros pontos positivos das personalizações, conforme o arquiteto da RKM Engenharia, Daniel Assis Silva. “Fazendo tudo com antecipação, o cliente, quando recebe as chaves, faz a vistoria final e recebe o imóvel da forma como planejou, pronto para morar”, diz.
Além dos kits prontos, a RKM permite modificações completas, respeitadas restrições legais, como alteração de fachada, e estruturais, ligadas a mudanças em vigas e pilares que podem desestruturar o imóvel. “Layout, com acréscimo ou demolição de alvenaria, troca de pontos elétricos e hidráulicos, de revestimentos e acabamentos, escolha de louças e metais, modelos e cores de portas”, enumera Assis.

Custo da nova obra varia por metro quadrado alterado
Em Belo Horizonte, a EPO Engenharia afirma deixar o cliente à vontade para propor a “reforma” que quiser. Nos casos de despesas com materiais mais caros, nobres, os valores cobrados são apenas complementados. Ou seja, o cliente paga a diferença entre o material básico, do apartamento padrão, e aquele que optou por usar.
A gestora de obras da construtora, Márcia Santos Arruda, explica que é difícil delimitar valores, já que tudo depende da alteração que é programada e do tipo de material escolhido.
“Não existe uma conta fechada, pois há uma variedade muito grande de materiais, que vão de R$ 100 a R$ 2 mil pelo metro quadrado, por exemplo. Cada caso é um caso”, justifica.
Além de planejamento financeiro, quem opta por esse tipo de alteração também precisa organizar o calendário. É que as construtoras definem até que ponto determinada mudança pode ser feita sem prejudicar o andamento da obra.
“Quando as unidades começam a ser vendidas, o cronograma é apresentado ao cliente. A primeira etapa é a de alvenaria. Em seguida, vêm as instalações. É preciso organização para que as coisas não sejam feitas e desfeitas. Se a pessoa adquire o imóvel de terceiros, pode perder os prazos e, infelizmente, precisar partir para uma reforma”, explica Márcia Arruda.