Lagoas ameaçadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte

Hoje em Dia
16/07/2013 às 06:26.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:05

Reportagens publicadas por este jornal nos últimos dias mostram que continua a degradação das lagoas na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ela é causada pela falta de investimentos na canalização e tratamento de esgotos domésticos e industriais, um antigo problema na região. Dias antes, o jornal alertou que os recursos para a despoluição da Lagoa da Pampulha poderiam ser menores do que o previsto, pois surgiram novas prioridades.

Quando isso ocorre num dos cartões postais da capital mineira de grande visibilidade, é de se imaginar que coisas piores estejam acontecendo em outras lagoas da região. E foi o que constatou o jornal. O caso mais grave é o de Várzea das Flores, em Contagem, de onde a Copasa retira água para vender em Contagem, Betim e Belo Horizonte. Construído em terreno desapropriado em 1968, o sistema de abastecimento de água de Várzea das Flores, inaugurado em 1972, tem sido ameaçado desde então por loteamentos e empreendimentos imobiliários, o que pode se agravar com a construção do Rodoanel.

Em 2006, uma lei estadual criou a Área de Proteção Ambiental em mais de 12 mil hectares para preservar a lagoa. Mas a APA ainda não foi regulamentada, o que dificulta o trabalho de revitalização das áreas degradadas. O que a prefeitura de Contagem tem feito, segundo informou, é retirar mensalmente cerca de 640 toneladas de lixo deixado nas margens da lagoa pela população que a utiliza como área de lazer.

A preservação de Várzea das Flores é importante para que não se repita a tragédia da Lagoa da Pampulha, planejada para abastecer a população da capital. Faltou saneamento básico. Com ele, não apenas na Pampulha, mas em toda a região, a área da saúde não seria hoje objeto de tantas reclamações.

No passado, Lagoa Santa recebeu esse nome porque as águas do lago em cuja vizinhança a cidade nasceu eram consideradas milagrosas. Há muito deixaram de ser. Estão poluídas e quem nelas se banhar pode adoecer. Mas em volta da lagoa há bons passeios e canteiros. A prefeitura investiu até numa ciclovia. As águas ainda encantam os olhos.

A Copasa lava as mãos. Só se responsabiliza pelo monitoramento do manancial de Várzea das Flores, para que possa continuar captando e vendendo água da lagoa.
As restantes são de responsabilidade das prefeituras. Bem fizeram os moradores em volta da Lagoa dos Ingleses, em Nova Lima, que se associaram para cuidarem, eles mesmos, do lago.  

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