
Desde que os videogames domésticos se popularizaram, lá nos anos 1970, volta e meia surgem gêneros que dominam a indústria. Games de tiro, corridas, estratégia, ação 3D, mundo aberto e por aí vai. Mas nenhum é tão volumoso como os games de plataforma 2D. Naquele estilo “Super Mario Bros”, sacou?

“Toki” (que também era distribuído como Juju) abusava da fórmula dos jogos de plataforma 2D, que dominavam os consoles no início dos anos 1990
O estilo ganhou força nos anos 1980 tanto nos consoles caseiros como nas máquinas de fliperama. E daí surgiram milhares de games. Alguns excelentes, outros nem tanto. De “Mario” a “Contra”, de “Wonder Boy” a “Rolling Thunder”, era um avalanche de games em que a tela rolava para o lado.
E nesse balaio surgiu “Toki: Going Ape Spit”, game lançado originalmente em 1989 para fliperamas, mas que chegou ao Brasil, em 1991, no Mega Drive. Produzido pela TAD Corporation, o game também teve edições para NES, Amiga e em alguns mercados era vendido como “Juju”. Detalhe, na barra de informações, o protagonista é identificado como Juju.
Enredo de Toki
O game coloca o jogador na pele de um bonitão que vivia na floresta com sua gata. Ele é tipo o Tarzan, com tanga e tudo. No entanto, um feiticeiro sequestra a amada. Um roteiro bem clichê, que é quase um carbono de “Ghost in Goblins”.
Não satisfeito em levar a moça embora, o vilão ainda transforma o herói num chimpanzé. E o cara fica literalmente com a macaca.
O jogo
Se a história lembra um pouco o clássico da Capcom, a jogabilidade também não difere muito. “Toki” é um game difícil no primeiro momento. Um clássico game de plataforma da virada dos anos 1980 para 1990. Qualquer toque é uma vida a menos.
As fases não são extensas, mas podem demorar uma breve eternidade até se pegar o jeito, assim como aprender os padrões de movimentos das criaturas que brotam na tela.
No game, o jogador tem como arma umas bolinhas, que o símio cospe nos inimigos. É meio tosco, mas segue a lógica de boa parte dos games do gênero: disparar contra os inimigos da tela.
Juju sabe atirar e pular, nada mais. No entanto, ele pode recolher itens como tipos diferentes de disparos e até tênis que permitem saltos mais altos. Mas todos têm duração limitada.
Visual
“Toki” é um game com 30 anos de publicação. Não se pode esperar um visual moderno. Mas a edição para Mega Drive é bem acabada. O que chama atenção é o próprio personagem. Em sua forma de símio, Juju não tem aquela expressão feroz do King Kong. Pelo contrário.
O protagonista tem um jeitão meio preguiçoso, um olhar caído, pescoço curvado e uma barriguinha saliente. E a velocidade em que se desloca pelo cenário dá a entender que ele não está muito interessado na jornada.
Esse semblante melancólico talvez tenha sido elaborado para não afugentar a criançada. Mas sejamos sinceros, se alguém raptasse sua namorada e te transformasse num macaco, não haveria ninguém que não ficaria furioso.
Onde jogar
Encontrar “Toki” no varejo de usados não é difícil. No Mercado Livre há ofertas que variam de R$ 50 a R$ 1.900. As disparidades se devem à originalidade e ao estado de conservação. A unidade mais cara conta com caixa e encarte. Itens que são valorizados entre os colecionadores.
Leia Mais:
Soundtrack do caos: conversamos com os pais da trilha sonora palpitante de ‘Doom Eternal’
Leve e divertido, “Battle of Polytopia” ganha expansão para PC e Mac
Lançado há 15 anos, 'Grand Theft Auto III' iniciava jogador no clã de Don Vito Corleone