(Pixabay/Divulgação)
Ter domínio sobre uma equipe e desempenhar o papel de líder de maneira satisfatória para a empresa, mas também positiva aos olhos dos funcionários, é um desafio para qualquer gestor. Equilibrar características femininas e masculinas na forma de gerenciar é um caminho.
Liderança andrógina é o nome dado à “fórmula” que compatibiliza comportamentos comuns a cada um dos gêneros – mas não necessariamente femininos e masculinos, especificamente – e que, muitas vezes, são exercidos de forma inconsciente e equivocada nas corporações.
Autora do livro “Liderança Nua e Crua – Decifrando o Lado Masculino e Feminino de Liderar”, especialista em remodelagem comportamental de executivos e consultora na área de gestão de pessoas, Lívia Mandelli diz que é preciso transitar com excelência pelos dois lados e manter o foco ponderado entre pessoas (face tida como feminina) e resultados (masculina).
“Vejo líderes absolutamente masculinos, que não constroem um legado humano e não marcam a vida das pessoas positivamente. Igualmente, vejo líderes femininos, que não perduram nas posições, pois não conseguem mobilizar a organização. Importante ressaltar que essas forças não se relacionam ao gênero nem à orientação sexual, mas às escolhas, conscientes ou não, de como se comportar naquele papel”, detalha a profissional.
Segundo ela, a chave de uma gestão de sucesso está em agir de forma consciente e situacional, ou seja, observando a hora certa de desempenhar atitudes mais “femininas” ou “masculinas”, quando necessário. “É uma liderança exercida por meio da capacidade individual de perceber atitudes e moldá-las conforme o momento”, completa Lívia.
Fora do padrão
Consultora organizacional, especialista em desenvolvimento de pessoas, Tânia Zambelli menciona também a importância de derrubar rótulos e crenças e de abandonar receitas prontas vinculadas ao sucesso de liderança. Para ela, o ponto de partida da gestão andrógina é o autoconhecimento.
“Todo mundo pode se auto-desenvolver, desde que se conheça. Exercer uma liderança com empatia é colocar-se no lugar do outro e sair da caixa do que é tido como ideal. São exercícios diários”, coloca. “Ninguém deve vestir um papel que não é seu nem viver de rótulos. A ideia é exatamente o contrário”, completa.
Para auxiliar na busca do equilíbrio gerencial e no desenvolvimento dessas características ela destaca ferramentas e técnicas capazes de ensinar, individualmente, cada profissional na própria descoberta de competências, talentos e pontos fortes.
“O líder de sucesso precisa desenvolver a escuta ativa, saber fazer perguntas, levar o liderado a contribuir, participar, administrar conflitos e desenvolver um time de resultados”, diz.
Flexibilidade permite transitar por perfis diferentes
Diretor da Federação Brasileira de Coaching Integral e Sistêmico (Febracis), em Belo Horizonte, o master coach com formação em análise comportamental Haroldo Heredia classifica os estilos de liderança em três: permissivo, autocrático e compreensivo. Para ele, todas as características, sejam elas consideradas femininas ou masculinas são importantes, desde que desempenhadas com equilíbrio e na hora certa.
“Liderança, na minha avaliação, é inteligência emocional. Talvez numa mesma equipe o líder tenha que transitar por arranjos diferentes, com pessoas que demandam reações diferentes. A palavra, na minha opinião, é flexibilidade e tem a ver com a forma como cada gestor se relaciona consigo mesmo, com as pessoas e com as demandas”, explica, mencionando ainda a importância do autoconhecimento.
Perfis comportamentais
O especialista explica também que os três estilos de gestão são construídos com base em quatro diferentes perfis de comportamento: dominante, influente, estável e conforme. “O dominante tende a ser mais autoritário e controlador, o influente tem um estilo mais motivador, que engaja a equipe; o estável se planeja e gosta de agir em consenso e o conforme é o mais detalhista e meticuloso”, explica o master coach.
A dica dele para quem busca desempenhar a função de líder com competência e ser não só um bom gestor do ponto de vista da empresa, mas aos olhos dos liderados, é compreender as próprias habilidades e conhecer as particularidades de cada membro da equipe.
“Algumas situações irão exigir um líder dominante. Outras, um gestor motivador. Por isso, não existe receita, existe equipe e estilo”, pondera. Editoria de Arte
Clique para ampliar a imagem