Livro póstumo de Umberto Eco é coletânea de sua coluna em jornal

Folhapress
20/02/2016 às 14:38.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:30
 (Divulgação)

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Inicialmente previsto para o segundo semestre do ano passado, "Pape Satàn Aleppe", livro que Umberto Eco deixou inédito ao morrer na sexta-feira (19), será publicado em 2016 pela editora La Nave di Teseo, segundo entrevista neste sábado (20) de Elisabetta Sgarbi à agência de notícias italiana Ansa.

A casa foi fundada por Sgarbi e Eco, entre outros escritores, após a Bompiani, que editava o autor italiano, ter sido comprada pelo grupo Mondadori.
O título do livro vem da frase de abertura do Canto 7 do "Inferno" de Dante Alighieri, cujo significado é incerto. Alguns acreditam ser uma invocação do demônio.

A publicação reúne textos de Eco publicados desde 2000 em sua coluna "La Bustina di Minerva", no jornal L'Espresso, por ele selecionados. Os textos têm como ponto em comum a noção de uma sociedade líquida, conceito do filósofo polonês Zygmunt Bauman.

Eco assinava a coluna desde 1985 e o último texto, publicado dia 27 de janeiro, tratava de exposição, em cartaz em Milão, do pintor romântico Francesco Hayez. Segundo a agência Ansa, o funeral do escritor será na terça (23), às 15, no castelo Sforzesco, em Milão.

Eco podia ver o castelo, importante monumento da cidade, de sua casa. A cerimônia será laica, pois o escritor era ateu.

CRONOLOGIA

1932: Nasce Umberto Eco, em Alexandria, na Itália
1946: Vira militante da juventude católica italiana, que vai abandonar em 1954, quando abandona o catolicismo
1954: Forma-se Ph.D na Universidade de Turim
1956: Publica sua tese de doutorado sobre São Tomás de Aquino
1954-1959: Começa a trabalhar na rede de TV italiana RAI
1962: Casa-se com a alemã Renate Ramge e publica "Obra Abera", antologia com seus ensaios
1963: Ajuda a fundar o Gruppo 63, grupo contracultural influenciado por Roland Barthes, que analisa a cultura de massa
1964: Lança "Apocalípticos e Integrados", obra na qual analisa a cultura de massa e os meios de comunicação
1971: Começa a ensinar na Universidade de Bolonha
1976: Publica "Tratado Geral da Semiótica"
1980: Lança "O Nome da Rosa", que vira um best-seller internacional, traduzido para mais de 30 línguas
1986: "O Nome da Rosa" vira filme, dirigido Jean-Jacques Annaud
1988: Lança "O Pêndulo de Foucault"
1993: Funda o Instituto das Disciplinas de Comunicação, na Universidade de Bolonha
1994: Publica "Ilha do Dia Anterior"
2004: Publica "A História da Beleza" e "A Misteriosa Chama da Rainha Loana"
2010: Lança "O Cemitério de Praga"
2015: Sai o romance o "O Número Zero"

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