Sempre reinventado a cada temporada, o couro agora aparece com efeito de escamas e texturas

Lady Campos - Hoje em Dia
08/03/2015 às 11:24.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:16
 (Weber Pádua)

(Weber Pádua)

O couro, na acepção de roupa criada pela estilista Patricia Motta, é trabalhado como joia. O nobre material é reinventado a cada temporada pela designer, que não se cansa de provocar a consumidora com criações pra lá de originais. A comprovação está na coleção do inverno 2015 intitulada “Unidade” e que já decora as araras dos pontos de venda e das lojas próprias da marca.   O couro de peixe, mais precisamente o de pirarucu, foi explorado compondo a bainha da saia evasê. Em outro momento, ressurge como detalhe da gola do lindo casaco caramelo. O efeito de escamas e texturas estimulou Patricia a brincar com a estética dupla-face e também a criar uma roupa que se desdobrasse em duas outras. A alternativa, segundo ela, é apropriada como custo-benefício e ideal para o momento atual de contenção de gastos.    “A pelerine tem um lado de couro píton e a outra face em chamois preto. A peça pode ser usada como capa ou saia. Acho que tenho que fazer um vídeo para explicar o processo para a consumidora”, lembra a estilista que ao longo de 20 anos de estrada transforma o couro, de mera peça para esquentar durante o frio, em roupa-desejo de todas as temporadas.    Outra Patricia, a carioca da gema de sobrenome Viera (que assina as criações da marca homônima), também é apaixonada por curtumes e desenvolve peças impensáveis em couro. Para o inverno que se avizinha, ela se inspirou nas formas orgânicas da arquitetura de Frank Lloyd Wright e transformou o couro em uma espécie de tela furada e bordada em ponto cruz.    O efeito de flores bordadas nesta técnica, na verdade, nada mais é que cristais colados (hotfix). Patricia utilizou ainda estampas gráficas aplicadas sobre o couro mestiço em jaquetas e calças.   Com poder de fogo de se adaptar bem a shapes, cores e tendências da temporada, o couro, segundo a gerente de contas e especialista em tendências da WGSN, Beatriz Modolin, ganha versões diferenciadas para o inverno. “Basicamente todas, desde as mais pesadas, como casacos e jaquetas, até as mais leves, com o uso do couro mais liso em vestidos, calças e camisas, como na Gucci”.   A mistura de pele e camurça, segundo Beatriz, recupera o idos anos 70. “Sofisticados painéis de patchwork formados por diferentes cores de couro estavam presentes no desfile de Valentino”. A aposta de inverno de Beatriz são os vestidos modelo tubo e as saias com modelagem em A e comprimento curto ou mídi.   E, por falar em saias, o estilista Victor Dzenk revitalizou a peça em couro fake em tom terroso e não abriu mão da técnica plissé soleil. O universo equestre, tema da coleção, foi explorado em jaquetas com cobertura natural. Vida longa ao couro!  

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