Casais de artistas contam suas histórias de amor

Lucas Buzatti
lbuzatti@hojeemdia.com.br
02/06/2017 às 16:44.
Atualizado em 15/11/2021 às 17:17
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

Que amar é uma arte não restam dúvidas. Mas como deve ser compartilhar amor e produção artística no convívio diário de uma relação? Uma semana antes do Dia dos Namorados, o Hoje em Dia conversou com alguns casais em que ambos os companheiros trabalham com o fazer artístico e respiram cultura em seus relacionamentos.

No caso de Francesco Napoli e Camila Buzelin, o flerte já começou com arte envolvida. “Nos conhecemos numa performance que fiz no (extinto) Nelson Bordello. Eu pedia conselhos amorosos em troca de uma taça de vinho e Francesco foi um dos 12 que sentou para me dar um conselho”, relembra a artista, que trabalha com performance, vídeo e figurino. “Quando ele sentou na minha mesa, eu quis pedir o telefone, mas me contive. Ao final da performance procurei por ele e pedi. Dei um toquinho para ele ter meu número. No dia seguinte quem me liga? Nos encontramos e não nos largamos”.

A partir daí, o casal passou a compartilhar não apenas o amor, mas também os projetos artísticos – Camila é vocalista do Carmen Fem, banda que Francesco, guitarrista e poeta, também integra. “Embolamos tudo. Camila é muito autêntica para separar estes papéis. Ela é sempre ela, seja no palco ou em casa. E isso é lindo”, afirma Francesco.

“Eu acredito que o trabalho artístico é um dos grandes pilares de nossa relação. A arte é o lugar do incerto, da aventura e da descoberta. Coisas essenciais para manter a chama de uma relação”, defende o artista.Acervo pessoal

FREDERICO E MARCUS – Para eles, que têm no fazer artístico uma importante interseção, amor e arte são indissociáveis


Frederico Amoz e Marcus Turíbio sabem disso. Apesar de não terem se conhecido por conta da arte, quando o casal se encontrou logo viu que tinha no fazer artístico uma valiosa interseção. “Marcus, como pesquisador das artes visuais, se envereda por vários ramos da arte, como performance, vídeo, escultura, bordado e, também, fotografia. Como fotógrafo, eu logo me interessei pelos trabalhos dele. Hoje, casados, estamos de alguma forma um nos trabalhos do outro”, diz Frederico.

Marcus afirma que ambos mantêm espaços individuais que conversam e se completam. “Sabemos onde devemos tocar ou não no trabalho do outro”, garante. “Os nossos trabalhos conjuntos envolvem toda a sorte de discussões, críticas e mesmo desavenças, o que permite, também, as grandes inspirações. É necessário desvincular o romantismo da criação artística. Um trabalho dos mais árduos”, pontua Frederico, para quem amor e trabalho são indissociáveis. “Existe amor sem arte?”, reflete Marcus.

Para Luan Nobat e Luísa Gontijo, ambos músicos e produtores culturais, a resposta provavelmente é não. O casal mantém projetos artísticos juntos, realizados pela produtora que dividem, a Retalho Cult. “Começamos a conversar por causa de um show do Marcelo Camelo, que estava lançando, em Belo Horizonte, o ‘Sou’. Depois disso, vieram filmes, discos, livros e a coisa foi se embrenhando”, relembra Nobat.

A relação mescla, desde então, arte, amor e trabalho – mix tratado com cuidado pelo casal. “Tentamos evitar o assunto em certos momentos, mas é mais forte que nós. Então, aceitamos e desenvolvemos as questões até elas se esgotarem. O que também não deixam de ser momentos de admiração”, diz Luísa.Eugênio Sávio/divulgação

GILBERTO E LINA – Eles se conheceram na Filarmônica de Minas Gerais, onde trabalham juntos desde então

Um dos casais formados na Filarmônica de Minas Gerais, Gilberto Tadeu Paganini Junior e Lina Radovanovic Paganini entendem as delícias de viver o amor com admiração mútua. “Temos uma vida fantástica. Além de viver num relacionamento tranquilo e equilibrado, temos o prazer de dividir ensaios, concertos e viagens”, afirma Lina, violoncelista natural da antiga Iugoslávia, que veio para o Brasil a convite da Orquestra.

“É fantástico poder, numa sinfonia, me virar para o lado e compartilhar um momento de emoção e inspiração com quem amo”, finaliza o violista Gilberto.

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