Cursos de corte e costura e bordado saem do passado e ganham novos significados

Flávia Ivo
fivo@hojeemdia.com.br
02/04/2017 às 06:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 13:58

Tradição passada de mãe para filha, aprender a costurar e bordar era quase que uma obrigação para as mulheres há algumas décadas.

O costume foi abandonado com a modernidade e à medida em que elas saíram de casa para o mercado de trabalho com mais frequência. Hoje, o cenário é outro: escolas em Belo Horizonte propõem o resgate dessas práticas, sem a imposição do passado.

“A energia de hoje é completamente diferente, não existe o estigma negativo da obrigação de antes, as pessoas estão descobrindo essas atividades como lazer”, observa a psicóloga Cláudia Felga, proprietária do Ateliê da Vila, no bairro Sion. Cristiano Machado / N/A

Cláudia Felga investe em turmas pequenas para atender melhor as alunas

As turmas têm alunas de diferentes perfis. “Mas todas acabam se apaixonando”, revela Cláudia. Foi o que aconteceu com a designer de produtos Clara Araújo, de 49 anos.

“Experimentei o bordado nas minhas horas vagas e me apaixonei pelo trabalho manual. Minhas tias e minha mãe bordavam e costuravam. É como se eu voltasse no tempo”, conta.

“Para o futuro, penso em transformar as habilidades aprendidas em fonte de renda. Hoje considero as aulas como trocas de conhecimentos”Mariana RegoProfessora, 58 anosAluna do Ateliê da Vila

 Renda

Além do prazer, ter uma nova fonte de renda ou um espaço no mundo fashion também motivam a adesão aos cursos.

“A moda movimenta altas cifras em Minas, que tem uma mão de obra muito valorizada. Quem entende o processo da costura tem lugar certo no mercado”, afirma Fernanda Aguiar, uma das sócias da Escola de Moda Denise Aguiar, localizada na Praça da Savassi.

A empresária destaca o aumento significativo da procura pelos cursos de Design de Moda e Corte e Costura nos últimos dois anos.

Para ela, o boom pode ter sido motivado tanto pela quantidade de pessoas querendo fazer transição profissional quanto pela crise econômica brasileira, que causou desemprego e levou muita gente a repensar as próprias carreiras.

Fernanda Aguiar fala sobre o perfil dos alunos da Escola de Moda Denise Aguiar:

 
Exemplo

Criar peças exclusivas e cheias de feminilidade levou a lutadora de jiu-jitsu Nina Lopes, de 26 anos, a procurar na escola de Fernanda cursos como o de corte e costura e o de estamparia digital. 

A atleta, que se formou em Design de Moda na faculdade, sentiu necessidade de dominar o processo de confecção antes de montar a própria marca de roupas fitness.

“Na faculdade, os conteúdos são abordados superficialmente, é preciso aperfeiçoar”, conta a designer, que já desenvolve as peças da coleção.Lucas Prates / N/A

“Saber lidar com a produção das peças foi o que me trouxe para a escola”, afirma Nina Lopes

A necessidade de aperfeiçoamento das técnicas aprendidas nas faculdades de moda também motiva as alunas do curso de Corte Centesimal – método sexagenário de modelagem desenvolvido em Minas – do By Paula Ateliê de Alta Costura.

“Percebo que a procura tem aumentado exponencialmente, não só por esse público, mas também por aquelas meninas novinhas que se interessam pela moda ou por senhoras que querem aprender mais uma técnica de costura. O público é muito diverso”, observa a proprietária do ateliê, Maria Paula Guimarães.

A designer Nina Lopes fala da importância dos cursos fora da faculdade:

  

Saiba onde encontrar os cursos:

Ateliê da Vila: cursos de cerâmica, costura, bordados, patchwork, crochê, cartonagem, dentre outros:
Telefone: (31) 3227-4252
Site: ateliedavila.com
Facebook: fb.com/ateliedavilabh

Escola de Moda Denise Aguiar: cursos de design de moda, corte e costura, estamparia, dentre outros:
Telefone: (31) 3567-6041
Site: cursodemodadeniseaguiar.com.br
Facebook: fb.com/cursodemodadeniseaguiar
Instagram: @escolademodadeniseaguiar

By Paula: curso de método centesimal:
Telefone: (31) 3287-8464
Site: paulabypaula.blogspot.com.br
Facebook: fb.com/ByPaulaAltaCostura
Instagram: @bypaulaaltacostura

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