Caitlyn Jenner, a campeã olímpica que se tornou um ícone transgênero

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26/07/2021 às 18:19.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:31
 (Pixabay )

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Conteúdo de inteira responsabilidade de Márcio Batista Martins

Atualmente ela é bastante conhecida por ser a celebridade que estrela um dos reality shows mais famosos dos Estados Unidos (EUA), além de ser considerada um ícone transgênero. Porém, em 1976, Caitlyn Jenner, que na época se chamava Bruce, foi tida como a “Melhor atleta do mundo”, ao quebrar o recorde mundial do decatlo masculino, seguindo o caminho para a medalha de ouro na Olimpíada de Montreal. 

O dia 23 de julho marca o início das Olimpíadas de Tóquio 2020, que acabou sendo adiada por um ano. Esse fato aumentou ainda mais a apreensão dos torcedores sobre o evento, que deve ser transmitido por todo o globo e bater recordes de audiência, assim como de procura por casas de apostas com bônus, que com essa vantagem oferecem uma boa chance de acerto aos palpiteiros de plantão. E para celebrar o início de um evento tão importante, nada melhor que relembrar a história de uma das maiores atletas do século passado.

Boa parte das pessoas conhecem Jenner somente por seu papel no programa televisivo “Keeping Up with the Kardashians”, sendo bastante difícil imaginá-la como um atleta de elite, que se tornou uma das principais estrelas dos Jogos Olímpicos após apresentar um desempenho absurdo numa das competições mais árduas do esporte. 

Sucesso obtido a duras penas

Após 12 anos de treinamento duro, Jenner estava em seu auge, e mesmo já tendo tido sucesso no esqui aquático e basquete, decidiu rumar ao decatlo e competiu em 10 eventos esportivos durante dois dias consecutivos. Ela participou das Olimpíadas de Munique em 1972, porém ficou somente com a 10ª posição. Na ocasião, Nikolai  Avilov, atleta da União Soviética, conquistou a medalha de ouro e estabeleceu um recorde que parecia impossível de superar, 8.466 pontos. Reza a lenda, que ao final da competição Jenner foi até Avilov, o encarou e disse: “Da próxima vez, vou vencê-lo”.

Para cumprir sua promessa, a norte-americana que ainda não tinha feito a transição desenvolveu uma fórmula vencedora durante sua preparação. Ao invés de utilizar os métodos tradicionais de treinamentos, como faziam os demais decatletas, Jenner resolveu treinar com os melhores atletas do planeta em cada uma das 10 competições. Em uma entrevista ao New York Times, ela falou sobre como foi o processo: “Se você treina com um atleta de decatlo, não consegue imaginar que pode fazer muito melhor. Mas se você lançar o disco com (o então detentor do recorde mundial) Mac Wilkins ou lançar o arremesso com (o medalhista de ouro olímpico) Al Feuerbach, percebe que eles estão 6 metros à frente. Você aprende muito mais assim”.

Antes de chegar às Olimpíadas de Montreal, Jenner havia vencido duas competições importantes de decatlo da Amateur Athletic Union, em 1974 e 1976, e também já havia se sagrado campeã dos Jogos Pan-americanos de 1975. Ademais, também já possuía o recorde mundial na modalidade (8.524 pontos), que conseguiu em agosto de 1975. Contudo, havia a dúvida se conseguiria repetir o feito durante as Olimpíadas. O início da competição não foi nada bom para Jenner, que mesmo alcançado seus melhores recordes pessoais nos primeiros cinco eventos, sempre ficava atrás do alemão Guido Kratschmer, e apenas um pouquinho a frente do seu rival, Avilov.

Mas no segundo dia de competições se executaram os eventos em que a norte-americana se saía melhor, então ela se sentia confiante na vitória. Jenner conseguiu bater seus adversários no salto com vara, arremesso de dardo e a corrida de 1500 metros, vencendo a competição e marcando um novo recorde (8.618 pontos) que durou por quase quatro anos.

Ao vencer a competição, Jenner deu início a uma tradição, ao celebrar sua vitória pendurando a bandeira dos EUA sobre os seus ombros e dando a famosa volta olímpica. Com isso, esse momento passou a ser reprisado por diversos outros atletas que também venceram uma prova nas Olimpíadas. 

Jenner revelou para o grande público que era uma mulher transgênero em 2015, e realizou a redesignação de sexo em 2017. Segundo ela, esta foi sua maior conquista: "Treinei 12 anos para os Jogos Olímpicos. Treinei 65 anos para a transição em 2015”, afirmou. “Eu ganhei o prêmio duplo. Campeão olímpico do decatlo e a mulher do ano da Glamour”.

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