Inverno sem atchim! Cuidados ajudam a prevenir gripe nos cães - a tosse dos canis

Patrícia Santos Dumont
pdumont@hojeemdia.com.br
16/06/2018 às 16:06.
Atualizado em 10/11/2021 às 00:46
 (Divulgação)

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Junho é mês de alerta para a saúde dos cães. Ar seco e temperaturas mais baixas favorecem a contaminação por vírus e bactérias causadores da gripe canina. Temporada de festas juninas, vem acompanhado também de fogos de artifício, pesadelo para muitos mascotes.

Tosse seca, repetida, acompanhada de expectoração e secreção nasal e ocular, espirros, febre, prostração e falta de apetite são alguns dos sintomas mais comuns da gripe, que, se não for tratada, pode levar à morte. Transmitida por um ou mais agentes, a doença, também conhecida como tosse dos canis, acomete animais de qualquer peso, idade e raça.

"As formas mais comuns são ocasionadas pelo vírus da parainfluenza canina e pela bactéria Bordetella bronchiseptica. Mas vários agentes, isolados ou combinados, podem estar envolvidos de forma secundária na transmissão”, explica a veterinária Ermelinda Borges, do Life Hospital Veterinário, em Belo Horizonte.

Aglomerados

Cães que frequentam locais com grande concentração de animais como pet shops e hoteizinhos são os mais suscetíveis a infecções. A recomendação – sobretudo no inverno, que começa no próximo dia 21 – é redobrar a atenção, evitando o compartilhamento de comedouros e bebedouros, por exemplo.

É essa a conduta adotada pela administradora Fernanda Pimentel, de 37 anos, sempre que precisa hospedar o vira-lata Frisbee, de 4, em hoteizinhos.

"Sabemos que nesta época do ano os vírus circulam com mais facilidade, então fico mais atenta e mando junto as vasilhinhas de água e ração”, comenta.

Ela também fica de olho em possíveis sintomas apresentados pelo cão, como tosse seca e coriza. “Ele nunca ficou gripado”, comemora.

Transmissão 

Médico veterinário e gerente da unidade pet da MSD Saúde Animal, Andrei Nascimento lembra que a transmissão ocorre tanto pelo contato entre cães, estando um deles doente, quanto pelo ar – assim como na gripe humana. 

“No outono e no inverno, quando o tempo fica mais frio e seco, há queda na resistência imunológi-ca dos cães, que tendem a ficar com as vias aéreas mais ressecadas, desprotegidas”, explica.

Além da vacina, o profissional recomenda cuidados específicos nos dias frios, como evitar que o animal permaneça em áreas externas desprotegido contra o vento e, portanto, sujeito às baixas temperaturas e a contaminações diversas. 

Choques térmicos após o banho também são contraindicados, já que podem diminuir ainda mais a imunidade deles.

Em alguns casos, quando a doença é transmitida por bactéria, a tosse dos canis precisa ser tratada com antibióticos específicos. O tratamento completo, que pode durar até 30 dias, inclui reforço imunológico do pet e exames como hemograma e raio-X de tórax, capazes de identificar problemas secundários decorrentes da infecção, como a pneumonia. 

Apesar de bastante contagiosa entre os cachorros, a gripe canina não é uma zoonose, portanto não é transmitida para o homem. 

50 reais preço médio da vacina contra a gripe canina; dose não está incluída no calendário vacinal gratuito

Prevenção é feita com vacina, que deve ser aplicada no filhote e reforçada anualmente

Assim como a vacina é o instrumento mais eficaz para prevenir a gripe humana, a imunização nos cães também é fundamental para ajudar a blindá-los contra a infecção. Administrada via intranasal ou subcutânea, a dose deve ser reforçada todo ano.

“O tipo intranasal consiste em uma gotinha pingada no nariz do pet e o injetável, na aplicação da dose embaixo da pele. Ambas têm a mesma eficácia”, explica o veterinário da Petz, Felipe Chaguri. 

De acordo com o profissional, filhotes devem ser imunizados contra a tosse dos canis assim que receberem a segunda dose da vacina múltipla – proteção contra cinomose, parvovirose, coronavirose, hepatite infecciosa e leptospirose. 

Veterinária no Life Hospital Veterinário, Ermelinda Borges recomenda a escolha do tipo intranasal para cachorros a partir de três semanas de vida e o injetável a partir de dois meses. A diferença entre as duas formas está no tempo de resposta contra a doença. “Com a intranasal, o cão estará protegido em 72 horas”, diz a veterinária.

Cuidados

O advogado Henrique Kingma, de 30 anos, vacinou o novo mascote, Paçoca, de 9 meses, recentemente. Nino, de 1 ano, outro pet dele, havia sido imunizado assim que chegou em casa. “Procuro fazer tudo certinho e adotar todas as medidas recomendadas pelos veterinários”, comenta o tutor dos cães. 

As doses não fazem parte do calendário vacinal gratuito. Clique para aumentar a imagem

Atitude adequada do dono ajuda a amenizar desconforto e estresse por excesso de ruído

Tempo de festa junina (e, agora, de Copa do Mundo), junho também vem acompanhado de fogos de artifício, gatilho para desconfortos auditivos e respostas físicas de estresse. Para evitar os incômodos, uma das principais dicas dos veterinários é manter um local de repouso para que o animal possa se refugiar quando necessário.

Evitar conter o mascote quando houver reação ao som excessivo, como se esconder sob os móveis, também é outra atitude importante e que deve ser respeitada, assim como não repreendê-lo se a resposta ao incômodo for latidos. 

“Esse tipo de reação do tutor pode desencadear agressividade no animal”, alerta o veterinário da MSD Saúde Animal, Mario Barboza. 

"Treinamento"

Quem não conseguir se livrar do ruído também pode tentar acostumar o pet ao barulho que estará por vir. Há vídeos na internet que podem ser usados para isso. 

"Coloque o som próximo do animal alguns minutos por dia, durante algumas semanas, e veja se o estranhamento diminui”, ensina o profissional. 

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