Unindo sabor e saúde

Janaína Marra*
(*) Criadora do projeto Vivo Leve e membro da Frente da Gastronomia Mineira
28/08/2016 às 06:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:34
 (Divulgação)

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Está lançado um dos maiores desafios para a gastronomia contemporânea: mudar o conceito de que comida saudável não tem sabor. 

A nossa relação com a comida passa por um momento de reflexão. A vida moderna nos deixou mais sedentários e resultou no aumento do consumo de produtos industrializados e processados, com alto valor energético e baixo valor nutricional, recheados de açúcar, sal e aditivos químicos. 

Numa época em que a epidemia da obesidade tornou-se um problema de saúde mundial quase tão preocupante quanto a desnutrição, está na hora de mudar conceitos enraizados sobre hábitos alimentares e assumir que saúde e alimentação estão intimamente interligadas.

A gastronomia precisa contribuir para a saúde e mostrar que é possível elaborar pratos saudáveis que despertem o prazer de comer e causem sensações únicas. Afinal, comer é um dos atos mais aprazíveis, reconfortantes e sociáveis que existem na vida. 

E como pode se dar essa contribuição? Privilegiando o uso de técnicas adequadas de cozimento, para preservar os nutrientes dos alimentos; enriquecendo as preparações com ingredientes superiores, do ponto de vista nutricional; e efetuando combinações balanceadas para potencializar o aproveitamento desses nutrientes e seus benefícios para o organismo.

A gastronomia deve ser exploradora. Ela precisa testar as diversas formas e possibilidades de se obter preparações memoráveis, que evidenciem como uma comida saudável pode ser saborosa e acessível a diversos paladares.

A gastronomia deve ser inclusiva. Hoje existem muitas informações disponíveis sobre como cada organismo é afetado pelas escolhas alimentares. Por isso, é necessário que pessoas com as mais variadas restrições ou que buscam uma alternativa saudável tenham o prazer de degustar seus pratos, de se socializar com os amigos e frequentar restaurantes que lhes ofereçam opções no cardápio.

A gastronomia deve ser inovadora. Ela precisa se adequar às novas necessidades e hábitos alimentares, respeitando a individualidade e as alergias e intolerâncias. Ela tem que aproveitar as oportunidades que se abrem com as mudanças nos valores e nos estilos de vida das pessoas. 

Todos os tipos de comida podem apresentar uma versão mais saudável. Sendo assim, podemos fazer releituras de receitas consagradas e ícones da nossa culinária, para que se ajustem aos propósitos de saúde e ainda proporcionem momentos singulares de confraternização. 

Essa forma de pensamento é defendida pela gastronomia funcional. Nessa linha, foi criado o projeto Vivo Leve Alimentação Saudável, que propõe um alinhamento da boa cozinha com uma alimentação saudável, de maneira a ressaltar o verdadeiro sabor dos alimentos e melhorar a nossa qualidade de vida. É uma proposta para reaprendermos a nutrir nosso corpo com comida de verdade.

É hora de mudar! Nossa saúde depende disso. Nossas vidas dependem disso. Precisamos dar o primeiro passo em direção a uma alimentação mais saudável para garantirmos qualidade de vida e bem-estar a longo prazo. 

Comer não é só um ato de prazer, de socialização e de celebração. É, acima de tudo, um ato de nutrição, de conscientização e mais saúde.

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