O empresário mineiro Marcos Valério voltou a negociar delação premiada junto à Justiça para tentar amenizar a pena de 37 anos de prisão que cumpre por participação no esquema conhecido como “mensalão”. Ontem, advogados dele protocolaram o pedido na 17ª Promotoria de Patrimônio Público da Comarca de Belo Horizonte.
A possibilidade de os promotores ouvirem o empresário ainda será analisada, mas o advogado dele, Jean Robert Kobayashy Júnior, está bastante confiante. “Marcos Valério tem informações importantes para passar”, afirma. Segundo Júnior, a delação envolveria políticos de vários partidos que atuam em âmbito nacional e regional.
As denúncias podem auxiliar a comprovar uma série de atitudes ilícitas em investigação no chamado mensalão mineiro. A suposta maquiagem das contas do Banco Rural e o sumiço de documentos da CPI dos Correios também devem entrar nessa delação, segundo fontes ligadas ao processo ouvidas pela reportagem.
Lava-Jato
Está em curso ainda outro pedido, em âmbito federal, para delação que traria informações para a Operação "Lava-Jato". A resposta neste caso, cabe aos procuradores da operação, em Curitiba.
No passado, Marcos Valério teve um pedido de delação premiada negada pelo ex-procurador geral da República, Antônio Fernando de Souza, autor da denúncia do “mensalão”. “A situação agora é diferente, porque depois que não aceitaram ouvi-lo, várias delações apontaram exatamente o que ele iria dizer”, diz o advogado.
Valério está detido no Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O empresário tenta transferência para a Apac, em Santa Luzia, na RMBH. Ele está preso, desde novembro de 2013, após condenação por corrupção ativa, peculato, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.