Membros da Organização das Nações Unidas (ONU) discutem, em uma reunião de emergência, a situação da cidade de Aleppo, na Síria.
O ministro de relações exteriores da França, Jean-Marc Ayraul, disse que Rússia e Irã serão culpadas por crimes de guerra se não pressionarem o presidente da Síria, Bashar Assad, a finalizar a escalada de violência. "Ele claramente fez a escolha por uma escalada militar. Eu chamo Rússia e Irã a se juntarem e mostrarem responsabilidade, colocando um fim nesta estratégia. Se não, Rússia e Irã serão cúmplices dos crimes de guerra cometidos em Aleppo."
O enviado da ONU Staffan de Mistura acusou a Síria, durante a reunião, de desencadear uma "violência militar sem precedentes" contra civis em Aleppo. Segundo Mistura, a ofensiva militar de retaliação dos rebeldes levou a uma das piores semanas, com dezenas de ataques aéreos contra áreas residenciais, causando milhares de mortes de civis.
Acusações
Em uma entrevista para a BBC, o secretário britânico Boris Johnson afirmou que a Rússia deveria ser investigada por crimes de guerra pelo ataque contra um comboio civil de ajuda humanitária no dia 19 de setembro, que deixou 20 mortos. A Rússia nega envolvimento e sugere que o ataque foi cometido por rebeldes sírios ou por um drone dos Estados Unidos.
Em sua conta no Facebook, a ministra de relações exteriores da Rússia, Maria Zakharova, rapidamente respondeu às declarações de Boris Johnson. "O ministro das relações exteriores da Grã-Bretanha, Boris Johnson, disse em uma transmissão da BBC que a Rússia é culpada pela guerra civil na Síria e, possivelmente, por cometer crises de guerra sob a forma de ataques aéreos contra um comboio de ajuda humanitária. Tudo isso é certo, exceto por duas palavras: em vez de Rússia precisa ser Grã-Bretanha e ao invés de Síria, Iraque".
Mortes
Pelo menos 23 civis foram mortos no mais recente ataque aéreo do governo sírio na cidade de Aleppo, informou o Observatório Sírio para Direitos Humanos. Já Ibrahim Alhaj, da Defesa Civil, informa que hospitais e equipes de resgate relatam 43 pessoas mortas até o momento.
"Eu nunca vi tantas pessoas morrendo em um lugar", disse Mohammad. Zein Khandaqani, membro do conselho médico, afirmou: "está assustador hoje. Em menos de uma hora, os aviões russos mataram mais de 50 pessoas e feriram mais de 200."