RIO DE JANEIRO - Na primeira vez que Messi e o Maracanã se encontraram, o craque fez a diferença. Neste domingo (15), “La Pulga” anotou um dos gols da vitória da desorganizada argentina por 2 a 1 em cima da Bósnia e Herzegovina. Kolasinac (contra) e Ibisevic anotaram os outros gols da partida que abriu o Grupo F da Copa do Mundo. No próximo sábado (21), será a vez de Messi e companhia atuarem no local que escolheram como “casa”. Às 13 horas, a Argentina enfrenta o Irã, no Mineirão. Na mesma data, porém com pontapé inicial às 19 horas, a Bósnia e Herzegovina tenta se recuperar no Mundial diante da Nigéria. O confronto será realizado na Arena Pantanal. Casualidade Sorte é uma palavra que não combina muito bem com futebol. Muitas vezes, seu uso costuma diminuir um trabalho eficaz de uma equipe em busca do resultado. Porém, na noite deste domingo (15), ela consegue traduzir um pouco o porquê da Argentina ter virado à frente do marcador. Quando o relógio mal dava sua segunda volta, o atacante do Manchester City Kun Agüero foi derrubado na ponta-esquerda. Na cobrança da falta, Messi mandou a bola em diagonal rumo ao miolo da área. Porém, um desvio no caminho fez com que o balão ganhasse os pés do estabanado Kolasinac, que mandou contra o patrimônio. O placar estava inaugurado: 1 a 0. O que se viu após foi uma Argentina presa em uma lacuna que existia entre a meia-cancha e o ataque. Por muitas vezes, Messi, usando de sua habilidade, fez boas jogadas individuais. Porém, ao chegar próximo à meta de Begovic sofria o combate de um bósnio próximo, que conseguia impedir sua finalização. Faltava um companheiro ao seu lado para ele distribuir a jogada. Apesar de tecnicamente inferiores, os comandados de Safet Susic tiveram um bom volume de jogo. Jogando com cinco atletas no meio-campo, no popular 4-5-1, conseguiram dominar as ações no setor. Eram organizados e por quatro vezes estiveram próximos ao gol de empate. Romero e a falta de sorte impediram que eles descessem para o vestiário com o placar igualado. O apito que dividiu a partida em duas deixou a sensação de que os Bósnios faziam uma boa apresentação tática. Os argentinos, por sua vez, estavam desorganizados. Aquém de sua capacidade. Desequilíbrio Sabella viu que sua equipe precisava ganhar o meio-campo. O setor, que deveria abastecer Messi, sobrecarregou o craque do Barcelona. Por isso, tratou de sacar o zagueiro Campagnaro para a entrada de Gago e colocou Higuaín na vaga de Maxí Rodríguez, dando uma opção ao craque. Era o que “La Pulga” precisava. Aos 20 minutos, ele recebeu a bola ainda na meia-cancha. Com sua visão de jogo incomum, Messi trouxe a jogada para a direita e partiu em velocidade. Na entrada da área estava Higuaín, com quem tabelou. Dois zagueiros Bósnios tentaram combatê-lo. Em vão. Com a bola presa aos pés, carregou até a meia-lua e chutou rasteiro, sem chances para Begovic. Dali para frente, a Argentina puxou o freio de mão. Ao invés de matar a partida, os platinos jogaram sob marcha lenta. Tanta indolência foi castigada aos 40 minutos, quando Ibisevic recebeu nas costas de Fernández e chutou entre as pernas de Romero para anotar o primeiro gol da Bósnia e Herzegovina na história das Copas. Mas foi só. E nada que estragasse o primeiro contato de Messi com o Maracanã. Na primeira vez que pisou no templo sagrado do futebol, o craque mostrou que a Argentina é altamente dependente dele, mas que está preparado para conduzi-la ao longo do Mundial. A esperança é que ele continue desequilibrando e volte ao estádio no dia 13 de julho. FICHA TÉCNICA ARGENTINA 2 X 1 BÓSNIA E HERZEGOVINA ARGENTINA: Romero, Zabela, Campagnaro (Gago), Fernández, Garay, Rojo; Mascherano, Maxí Rodríguez (Higaín), Dí Maria; Kun Agüero (Biglia) e Messi. TÉCNICO: Alessandro Sabella BÓSNIA E HERZEGOVINA: Begovic, Mujdza (Ibisevic), Bicakcic, Spahic, Kolasinac; Besic, Hajrovic (Visca), Pjanic, Misimovic (Medunjanin) e Lulic; Dzeko. TÉCNICO: Safet Susic Data: Kolasinac (contra) (aos 3’ do 1º tempo); Messi (aos 20’), Ibisevic (aos 40’) Motivo: Jogo válido pela 1ª rodada do Grupo F da Copa do Mundo Estádio: Maracanã Local: Rio de Janeiro (RJ) Árbitro: Joel Aguilar (El Salvador) Auxiliares: William Torres (El Salvador) e Juan Zumba (El Salvador) Público:74.739 Cartões amarelos: Rojo (Argentina); Spahic (Bósnia e Herzegovina)