(Lucas Prates)
Catorze árvores são derrubadas, por dia, em Belo Horizonte. A média considera as supressões feitas nos oito primeiros meses deste ano: 3.623. Os cortes são realizados após vistorias e laudos técnicos emitidos por engenheiros agrônomos e florestais, que atestam os riscos de queda, garante a prefeitura.
No Dia da Árvore, lembrado nesta terça-feira, especialistas afirmam que os procedimentos de corte e poda são “normais”, mas alertam para a necessidade de reforço das ações de manutenção e urgência do replantio.
A administração municipal não informou se e nem quantas espécies foram plantadas em 2022. Foram apresentados os números anteriores de reflorestamento, que passaram de 16 mil em 2021 e 15 mil em 2020. As ações são realizadas por meio de compensação ambiental.
De acordo com o professor Elder Antônio Sousa e Paiva, do Departamento de Botânica do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, no ambiente urbano, devido ao stress e podas mal feitas, as árvores adoecem e morrem de forma precoce.
“As podas precisam ser bem feitas pelas equipes. Podas mal feitas, na época errada, com a técnica errada, trazem mais problemas, já que abrem um espaço e dão abertura para entrada de pragas e fungos na planta”, explica o especialista da UFMG.
O professor também chama a atenção sobre erros que podem ser evitados ainda no replantio. “Desde a escolha da espécie, do lugar onde vai ser plantada e o tamanho deste lugar para avaliar se as raízes não vão quebrar a calçada”.
Segundo a Subsecretaria de Zeladoria Urbana da PBH, os serviços de podas e supressões são realizados pelas nove regionais. São priorizadas as árvores condenadas ou que possam representar riscos de causar danos humanos ou materiais. Nos casos de interferência com a rede elétrica, a Cemig é acionada, com o trabalho realizado em conjunto.
Conforme a PBH, a ação é continuada e preventiva. O investimento previsto na execução dos serviços neste ano é de R$ 21,5 milhões, “incluindo a conservação e limpeza de praças, jardins e canteiros centrais”. A população pode solicitar serviços de poda peolo aplicativo PBHAPP ou site www.pbh.gov.br.
Inventário
O inventário das árvores de BH é feito em parceria com a Universidade Federal de Lavras (Ufla). Segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, foram identificadas cerca de 300 mil espécies no município, mas estima-se que ainda existam 185 mil árvores a serem catalogadas. A expectativa é que a cidade tenha de 485 mil a 500 mil árvores.
* Com informações de Raissa Oliveira e Raquel Gontijo