POLÊMICA no Carnaval

A 19 dias dos desfiles, escolas de samba de BH denunciam falta de verba e relatam situação dramática

Rodrigo de Oliveira
rsilva@hojeemdia.com.br
02/02/2023 às 20:42.
Atualizado em 02/02/2023 às 20:51

Escolas de samba do Grupo Especial de Belo Horizonte têm relatado “situação dramática” e muitas não sabem se vão conseguir desfilar “conforme o planejado” na terça-feira de Carnaval, 21 de fevereiro. Nessa data estão previstas as apresentações das escolas Raio de Sol, Imperavi de Ouros, Cidade Jardim, Bem-te-vi, Canto da Alvorada, Unidos dos Guaranys, Estrela do Vale e Acadêmicos de Venda Nova.

Nesta quinta-feira (2), representantes das agremiações se reuniram para discutir a situação e apresentar as queixas em coletiva de imprensa na quadra da escola Cidade Jardim.

De acordo com Sandro Sodré, presidente da Imperavi de Ouros, os 10 funcionários da agremiação já foram dispensados e a produção das fantasias está interrompida.

"Não temos dinheiro. Já fizemos empréstimos, esgotamos verbas de patrocínios. Temos dívidas, parcelas de figurinos que ainda precisam ser pagas. Trouxemos escultures de Parintins (município de Amazonas) e tudo isso sai muito caro”, comentou Sodré.

O presidente da Imperavi estima que o custo do desfile, que traz como tema este ano o ex-presidente da escola, Luiz Carlos Novais, chegue a R$ 300 mil.

“O subsídio da Prefeitura (de BH) seria de R$ 230 mil, o que não cobre todos os custos, mas garantiria um desfile bonito e do jeito que pensamos. No entanto, já assinamos o contrato há uma semana e não temos perspectiva de quando receberemos o dinheiro. É a primeira vez que vivemos uma dificuldade dessa magnitude em 10 anos de escola”, contou.

Caso o recurso não chegue em tempo, Sandro Sodré afirmou que a Imperavi de Ouros “irá para a rua do jeito que está”.

"Mesmo que faltem figurinos ou elementos, desfilaremos de qualquer jeito para honrar o compromisso junto à Prefeitura e conseguir angariar o recurso, nem que seja depois do Carnaval”.

Em nota, a PBH disse que o regulamento para concessão do auxílio às escolas de samba foi publicado em 10 de janeiro e que o prazo para as inscrições foi encerrado no dia 20.

"A Belotur não está medindo esforços para, dentro da legalidade, disponibilizar o recurso no menor prazo possível. Neste ano, a subvenção do Grupo Especial passou de R$ 200 mil para R$ 230 mil”, informou a Prefeitura.

Confira a íntegra da nota da Prefeitura de Belo Horizonte: 

"A Belotur informa que o Regulamento para concessão de auxílio financeiro às Escolas de Samba do Carnaval de Belo Horizonte 2023 foi publicado no dia 10 de janeiro.
Ao contrário do edital de Blocos de Rua, onde os valores e regras são definidos pelo órgão, a liberação do recurso às Escolas de Samba está diretamente vinculada à aprovação do Regulamento do Desfile pelas agremiações, fato que ocorreu apenas no dia 27 de dezembro apesar do empenho da Belotur em antecipar os diálogos e definições.
Vale reiterar que tal diálogo se tornou ainda mais complexo este ano, pois A Liga não representa mais grande parte das Escolas de Samba da cidade. O prazo de inscrição para as escolas de samba terminou no dia 20 de Janeiro. Assim, a Belotur não está medindo esforços para, dentro da legalidade, disponibilizar o recurso no menor prazo possível.
Neste ano, a subvenção do Grupo Especial passou para R$230 mil e a do Grupo de Apresentação para R$69 mil, um aumento de 15% em relação à última edição. Antes, as quantias eram, respectivamente, R$200 mil e R$60 mil.  
O valor disponível para o Grupo de Acesso é de R$138 mil. O investimento total para 2023 é de R$2.116 milhões. Na edição anterior, a quantia dedicada para o apoio das agremiações foi de R$1.720 milhão".

Leia mais:

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por