
Os casos de dengue em Minas devem aumentar drasticamente e atingir o pico na segunda quinzena de abril. Diante das 123.694 notificações e 28 mortes registradas até a semana passada, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) se prepara para enfrentar uma epidemia ainda pior que a de 2010, quando as vítimas chegaram a 268.440.
O cenário atual não é nada favorável. Entre 1º de janeiro e 31 de março daquele ano, houve 123.254 diagnósticos de dengue em território mineiro. Quatrocentos e quarenta a menos do que os já registrados em 2013, em um período sete dias menor.
Reação
Em 2010, o pico da dengue em Minas também foi em abril, com 73.569 casos. Por isso, a partir da próxima semana, serão concentrados esforços para distribuir 1 milhão de litros de água sanitária e criar unidades de hidratação de pacientes na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Perigo doméstico
Cerca de 80% dos focos estão dentro das casas, segundo a SES. Para o secretário de Estado de Saúde Antônio Jorge Souza Marques, a população precisa se mobilizar contra o mosquito Aedes aegypti.
“Estamos comprando 30 veículos UBV (fumacê), 300 bombas costais e contratando mil agentes de endemia. Investimos R$ 40 milhões e não teremos limite. Mesmo assim, as pessoas precisam ajudar”, diz.
O secretário aposta na água sanitária como aliada importante, no papel de larvicida. “Vamos fazer o uso em massa. Ela agride menos o meio ambiente, é eficaz e oferece menor risco de intoxicação às pessoas. A diferença é que o larvicida tem validade de três meses e a água sanitária precisa ser lançada uma vez por semana”.
Outra preocupação é com o vírus tipo 4 da dengue, presente em 70% dos casos em Minas. “Essa situação nos pegou de surpresa. Pessoas com menos de 30 anos não têm resistência a esse sorotipo”, diz o secretário.