A mineradora AngloGold Ashanti pode ter suspensas as atividades da empresa e intervenções na Mina Cuiabá, nas pilhas, nas barragens e outras estruturas operacionais até que seja atestada a segurança e a estabilidade de todos esses locais. 

A ação na Justiça, movida pelo Ministério Público de Minas, pede, além da suspensão, o bloqueio de R$ 100 milhões como forma de garantia das medidas de recuperação e de compensação ambiental, além da elaboração de um plano de comunicação adequado junto à população impactada. 

Os pedidos foram feitos depois que moradores ficaram assustados por causa do vazamento de material industrial provocado pela AngloGold no Córrego Cuiabá, em Sabará, na região metropolitana. 

De acordo com os promotores de Justiça, o despejo dos materiais, oriundos da planta operacional da empresa, gerou intensa preocupação em toda a comunidade, em especial por ter causado grande alteração na coloração das águas que ficou acinzentada. 

Os pedidos foram feitos por meio da Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Sabará e do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça e Defesa do Meio Ambiente (Caoma). 

A  AngloGold informou que ainda não foi notificada a respeito da ação. Sobre o vazamento, a mineradora afirma que as autoridades competentes foram comunicadas pela própria empresa que está colaborando com as investigções e acões necessárias. 

De acordo com a AngloGold, equipes da mineradora e de uma empresa especializada trabalham 24 horas para limpeza do córrego e que a água já voltou a coloração normal. 

A reportagem do Hoje em Dia entrou em contato com a Prefeitura de Sabará para repercurtir sobre o pedido do Ministério Público, mas ainda não obtivemos resposta. 

Em nota, divulgada no sábado (12), a AngloGold informou que identificou o vazamento de material industrial e que, no mesmo dia,  o vazamento havia sido estancado.

A mineradora garantiu que o material não era tóxico e que era classificado como não perigoso, segundo as normas ambientais.

Fiscais da Prefeitura de Sabará estiveram no local e confirmaram que o vazamento havia sido resolvido e coletaram amostras dágua para analisar se o córrego tinha sido contaminado.

Barragem 

Segundo a AngloGold Ashanti, o vazamento não tem relação com a barragem de contenção de rejeito de Cuiabá, que se encontra  segura e estável. 

Segundo o laudo enviado para a Agência Nacional de Mineração, a última inspeção na barragem foi em 24 de junho do ano passado. Ainda segundo o laudo, a barragem tem categoria de risco alto e caso de rompimento, o dano potencial associado é alto

Segundo dados da própria AngloGold Ashanti, a barragem de Cuiabá armazena 7,6 milhões de metros cúbicos de rejeito. A estrutura  tem 97 metros de altura e 395 metros comprimento. 

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