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Advogada põe fim a histórico de agressão depois que filha se torna vítima do pai

Aline Louise - Hoje em Dia*
Publicado em 29/10/2015 às 07:35.Atualizado em 17/11/2021 às 02:15.

Nessa quarta (28), Paula e Sabrina* chegaram de mãos dadas à Delegacia de Mulheres, em Belo Horizonte. Mãe e filha, respectivamente, foram denunciar o ex-marido e pai agressor. Desta vez, foi a jovem, de 21 anos, que trazia o olho marcado de roxo, fruto do espancamento do pai.

Sabrina preferiu não falar com a reportagem. As feridas na alma estavam mais abertas que a do rosto. A mãe conta que foi casada com o agressor por 14 anos, um longo período presa por medo, insegurança e a dependência financeira. “Eu tinha receio de fazer uma queixa, sabia das consequências, especialmente porque dependia dele financeiramente e por causa dos filhos”, conta.

Os sinais de agressividade do companheiro foram revelados logo no primeiros meses de casamento. “Começou arremessando utensílios domésticos, depois passou a me agredir fisicamente. Com o tempo, foi se tornando mais brutal”, lembra. Além de Sabrina, Paula tem outro filho, hoje com 18 anos. As crianças também sofreram. “Ele não batia nelas sempre, mas quando pegava, era para machucar”.

Um dia, Paula percebeu que não podia mais viver daquele jeito, que o amor havia acabado, e decidiu fugir. Pegou os filhos e se escondeu na casa de amigos. O marido só soube dela pelo advogado, comunicando o pedido de separação. “Na mesma época, eu tinha me formado em direito, isso me deu mais segurança, porque tinha uma profissão”.

Transtorno

Já são oito anos fora daquele “cativeiro”. O contato dela com o ex-marido é o mínimo necessário, por causa dos filhos. Por todo esse tempo, ela acreditou na recuperação dele, que foi diagnosticado com transtorno de bipolaridade. Chegou a fazer dois boletins de ocorrência e três registros no conselho tutelar, mas nunca levou um processo a diante. Mas depois do ex-marido bater em Sabrina, que passava o fim de semana com o pai, por uma “discussão boba”, decidiram processá-lo.

“O fato de nós não fazermos nada não fez com que ele melhorasse, dar chances não ajudou em nada. Ele precisa responder por isso, tem que saber que existe uma força maior para coibir suas atitudes. Ter bipolaridade não o redime, porque ele sabe do problema e não procura ajuda”.

Para outras mulheres que passam por situação semelhante, Paula tem um conselho. “A gente pensa que pode resolver só com o diálogo, mas não. É preciso ter atitude. A única forma de mudar uma situação é com coragem, vencendo os próprios medos”.

(*) Nomes fictícios

Com Cristina Barroca

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