Advogados pedem à Justiça para voltar a defender ex-policial "Bola"

Ana Clara Otoni - Do Hoje em Dia
Publicado em 06/12/2012 às 15:01.Atualizado em 21/11/2021 às 19:08.
 (Frederico Haikal )
(Frederico Haikal )

O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o “Bola”, que estava sem advogados titulares desde o desmembramento do processo no caso de desaparecimento e morte da modelo Eliza Samudio, pode voltar a ser defendido por Ércio Quaresma e Fernando Costa Magalhães. Isso porque, os advogados protocolaram na Justiça uma petição solicitando o retorno ao caso. O protocolo, conforme o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o protocolo foi realizado na última segunda-feira (3).

Caberá à juíza Marixa Fabiane, do 1º Tribunal do Júri, no Fórum de Contagem, na Grande BH, decidir pela volta dos juristas. Quaresma e Magalhães embora tenham abandonado o julgamento no dia 19 de novembro, quando ainda faziam a defesa de “Bola”, nunca saíram de cena do caso. A tal “volta dos que não foram” não tem prazo para ser avaliada pela magistrada Marixa. Como o julgamento ocorre em 4 de março de 2013 a expectativa é que ela defina a questão antes da data do julgamento.

Se a juíza decidir por não aceitar o pedido, Ércio Quaresma e Fernando Costa Magalhães poderão entrar com um recurso em instância superior. Marcos Aparecido dos Santos está preso na penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, há dois anos e meio. Ele responde por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver. Se for condenado, ele pode pegar até 33 anos de prisão.

A reportagem do PortalHD tentou entrar em contato com os advogados, mas eles não foram localizados. O advogado Zanone de Oliveira, que defendeu o ex-policial no início do caso, em 2010, disse que não tem intenção de voltar a defender Marcos Aparecido dos Santos. "Estou muito ocupado em outros conteúdos, mas o Quaresma e o Fernando não deixaram o caso", disse.

Polêmicos

Os advogados que vinham defendendo Marcos Aparecido dos Santos, o “Bola”, já se envolveram em polêmicas em outras ocasiões. Fernando Costa Magalhães foi multado em R$ 18.660 por não comparecer ao julgamento do cliente sobre a morte de um carcereiro, do qual “Bola” era réu. A ausência do jurista deveu-se a uma viagem de Fernando ao Mato Grosso para resolver questões do caso Eliza Samudio. Marcos Aparecido acabou sendo julgado no dia 24 de outubro. Ele foi absolvido do crime.

O advogado Ércio Quaresma frequentemente é efusivo em suas declarações. Ele já disse que não defenderia o goleiro Bruno Fernandes nem por R$ 1 milhão. A noiva do jogador, Ingrid Oliveira, já denunciou o jurista em um programa de televisão. Segundo ela, Quaresma teria a ameaçado e estaria incentivando Bruno a simular tentativas de suicídio na cadeia. Quaresma também foi flagrado em um vídeo fazendo consumo de crack. Na ocasião, ele foi  suspenso da Ordem de Advogados do Brasil (OAB) por 90 dias. Além disso, o defensor já tinha sido flagrado dormindo e até mesmo roncando em uma audiência de seu cliente e teria chantageado o goleiro para permanecer à frente do caso.

Caso Bruno

Eliza Samudio está desaparecida desde o dia 4 de junho de 2010, quando fez um último contato telefônico com uma amiga. Segundo a polícia, ela foi morta e teve seu corpo esquartejado. No entanto, os restos mortais da ex-modelo não foram localizados até hoje.

O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, é acusado de matar a ex-amante do goleiro Bruno a pedido do atleta. Ele e o jogador respondem pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver. O julgamento dos dois e da ex-mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues, está marcado para o dia 4 de março de 2013.  Eles tiveram o processo desmembrado durante o júri popular que ocorreu de 19 a 23 de novembro, no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem. Na ocasião, apenas Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e Fernanda Gomes Castro, ex-namorada de Bruno, foram julgados. Macarrão foi sentenciado em 15 anos de prisão e Fernanda em cinco no regime aberto.

Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, na época mulher do atleta; Wemerson Marques de Souza, o "Coxinha"; Elenílson Vítor da Silva, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do jogador, respondem pelos crimes de sequestro e cárcere privado.
 

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