Água usada no combate a incêndio na Ceasa pode ter contaminado a Lagoa da Pampulha

Liziane Lopes
llopes@hojeemdia.com.br
08/09/2017 às 14:55.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:28
 (Semad/Divulgação)

(Semad/Divulgação)

A presença de uma mancha parecida com fuligem no Córrego Sarandi, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, preocupa a Secretaria de Estado de Meio Ambiente. Nesta sexta-feira (8), técnicos fotografaram a mancha no córrego, que fica perto da Ceasa Minas, onde um pavilhão foi destruído por um incêndio na tarde dessa quinta (7).

A suspeita é que a água utilizada no combate às chamas tenha escoado para o córrego e contaminado o leito com fuligem e agrotóxicos, já que uma das lojas atingida pelas chamas tinha defensivos agrícolas. E o problema pode ficar ainda maior, porque o córrego deságua na Lagoa da Pampulha, que passa por processo de despoluição. 

O analista ambiental do Núcleo de Emergência Ambiental da Semad, Newton Pascal, que esteve no local, explicou que impressão é de ser fuligem proveniente do combate ao fogo. Mas só após a análise da água vai ser possível afirmar qual material foi visto no espelho d'água.

A Copasa faz normalmente análise de rotina na entrada da Estação de Tratamento de Esgoto. "Eles verificaram hoje e constataram que o nível de PH e oxigênio dissolvido estavam dentro da normalidade. Vale lembrar que, por causa do esgoto, o nível de oxigêncio é naturalmente baixo", afirmou o ambientalista.Semad/Divulgação Foto feita pela equipe da Semad na Lagoa da Pampulha

Ele  afirmou ainda que não foi visualizada fuligem na Lagoa da Pampulha e que orientou os técnicos da ETE para entrar em contato com ele em caso de anormalidade. "Por enquanto, não foi verificada mortandante de peixe, a fauna aquática está preservada", concluiu. 

A Semad está em negociação com a Copasa para que seja feita a análise da água, o que deve ser feito só na segunda-feira (11), por causa do feriado prolongado da Independência. 

Em março deste ano, a prefeitura de Belo Horizonte anunciou que a Lagoa da Pampulha tinha chegado ao nível 3 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), o que permite a prática de atividades em que o contato com a água é esporádico como iatismo e pesca. Por meio de nota, a PBH informou que, apesar do córrego ser de responsabilidade do município de Contagem, é interesse da prefeitura acompanhar a apuração minuciosa por especialistas, por causa das consequências na lagoa.. 

A reportagem do Hoje em Dia tentou contato com as assessorias da prefeitura de Contagem e da Copasa, mas ninguém atendeu as ligações.

Risco do agrotóxico

O Núcleo de Emergência Ambiental da Semad foi acionado por causa da presença de agrotóxico no pavilhão queimado. "Esta é uma situação de emergência, que só vai se encerrar quando material for retirado em segurança, depois que a Defesa Civil liberar a área interditada", afirmou o ambientalista.

Segundo ele, a seguradora responsável pelo imóvel vai fazer a retirada do produto, acompanhada por técnicos da Semad. Corpo de Bombeiros/Divulgação /

Doze lojas funcionavam no local

O incêndio

O incêndio que consumiu o pavilhão teve início da tarde de quinta-feira (7) e é considerado um dos três maiores da história do entreposto. 

Doze lojas funcionavam no local. São comércios dos setores de embalagens, frutas, alimentos, pneus e defensivos agrícolas.

Em toda a operação foram empregados 42 bombeiros e 14 viaturas. Pela manhã, os bombeiros trabalharam no rescaldo, por causa de novos focos. A Defesa Civil interditou o local.

As causas do incêndio serão investigadas pela Polícia Civil.

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