Alto-falante para evitar tragédia em áreas de risco de BH

Bruno Inácio e Simon Nascimento
horizontes@hojeemdia.com.br
21/11/2018 às 20:43.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:56
 (Flávio Tavares/Hoje em Dia)

(Flávio Tavares/Hoje em Dia)

As chuvas que atingem a capital há pelo menos três dias já fizeram cinco das nove regionais da cidade ultrapassar a média histórica de precipitações em novembro. A queda intermitente de água, no entanto, reforça o alerta para a possibilidade de deslizamentos de encostas e desabamentos de edificações em áreas de risco.

Para evitar tragédias, a Defesa Civil percorreu, ontem, as regiões Oeste e Centro-Sul da metrópole onde existem moradias nessas situações. Em um carro do órgão, um agente lançava mão de um sistema de som para avisar sobre os perigos de permanecer nas áreas. 

Trincas nas paredes, inclinação de postes ou árvores e rachaduras no solo são sinais que preocupam, ressalta o subsecretário de Proteção e Defesa Civil, coronel Alexandre Lucas. Nesses casos, ele recomenda ao morador não permanecer na residência e acionar imediatamente o 199. “O risco é muito alto, principalmente à noite”, frisou o coronel.

Em a Belo Horizonte, conforme a Urbel, são 1.501 imóveis em áreas de risco; não há remoções compulsórias previstas

Temor

A apreensão é grande na Vila Esperança, instalada entre a avenida Tereza Cristina e o Anel Rodoviário, no Barreiro. Cerca de 150 famílias vivem no local, onde pelo menos 21 imóveis estão sob ameaça. Ontem, o teto de um deles desabou. “É triste porque a dona está trabalhando e nem sabe ainda. Quando ela chegar terá que dormir com o esposo na casa de vizinhos”, disse o torneiro mecânico Patrick Fernandes Magalhães, de 23 anos.

O jovem mora com a esposa, grávida de cinco meses, ao lado da edificação danificada. O quarto do casal fica abaixo de uma árvore que ameaça cair e que está escorada apenas por uma corda feita por ele. “A gente não tem para onde ir. Medo dá, mas os parentes moram em Ipatinga. Fomos orientados a ligar para o 199. Vamos fazer isso e rezar para não acontecer o pior”.

Neste ano, técnicos da Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel) vistoriaram 1.353 imóveis em BH, removendo 25 famílias. Mesmo com a sinalização de perigo, o autônomo Elói Sávio, de 27 anos, não acredita que deslizamentos ocorram. “Nunca aconteceu aqui e acho que não existe risco de queda. Sempre ficamos atentos, mas nada de sair daqui”, garante.Flávio Tavares

Igreja frequentada por Elói Sávio fica aos pés de um barranco

Previsão

Até a tarde de ontem, em média, choveu 244,4 milímetros (mm) na capital, mais do que os 239,8 mm que são a média histórica para o mês. As regiões Oeste, Centro-Sul, Noroeste, Pampulha e Venda Nova foram as mais afetadas.

O meteorologista Claudemir Azevedo, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), assegura que o alto índice de precipitação é normal. “O que está acontecendo é que a massa de nuvens carregadas não se deslocou e, por isso, choveu em dias seguidos”.

Segundo ele, a frente fria que atua sobre BH deve partir, ainda hoje, para o litoral. “Com isso, teremos mais chuvas de verão, que são mais volumosas”, explicou. Os termômetros devem chegar a 28ºC até amanhã, com mínimas de 17ºC.

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