Justiça

Amante acusada de mandar matar mulher para ficar com marido, em BH, é condenada a 16 anos de prisão

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
14/06/2022 às 18:20.
Atualizado em 14/06/2022 às 18:38
 (Divulgação / TJMG)

(Divulgação / TJMG)

Amante acusada de matar mulher para ficar com o marido dela foi condenada a 16 anos e seis meses de prisão. A sentença da ré, identificada como "Cris", foi anunciada nesta terça-feira (14) pelo Tribunal de Justiça (TJMG), que entendeu que o motivo do crime foi torpe, sem defesa para a vítima.

Chamada de "Etelvina", a vítima foi assassinada com 43 golpes de faca em 14 de outubro de 2020, quando voltava para casa, no Paulo VI, região Nordeste de Belo Horizonte.

Segundo denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a vítima e o companheiro, "Marcelo", viveram em união estável por cerca de oito anos e possuem uma filha. Em 2019, Marcelo conheceu Cris e teve um relacionamento afetivo extraconjugal com ela, enquanto ainda estava junto de Etelvina.

Após certo tempo, Marcelo deixou a  família e foi morar com Cris. Eles viveram juntos por cerca de seis meses, até que o homem retornou para casa, para viver com a família, em dezembro de 2019.

Apesar de ter voltado para casa, Marcelo manteve o relacionamento extraconjugal com Cris até setembro de 2020, quando decidiu romper e se afastar definitivamente da ré.

Insatisfeita com o término do relacionamento, Cris decidiu então matar Etelvina para ficar com Marcelo, de acordo com o MPMG. Para isso, ela procurou "Luis", um colega de trabalho que tinha afeto por ela. Caso matasse Etelvina, a acusada prometeu que "ficaria" com o cúmplice.

O crime
Para planejar o crime, Cris e Luis acompanharam as movimentações diárias de Etelvina, buscando identificar a melhor forma de executar o plano. Em 14 de outubro de 2020, por volta das 20h40, Luis atacou a vítima com golpes de faca de "açougueiro", enquanto ela se dirigia do trabalho para casa.

De acordo com o Ministério Público, Etelvina foi atingida por 43 facadas, em diversas regiões do corpo, inclusive vitais (tórax, abdômen, pescoço), o que causou a morte por "politraumatismo pérfuro inciso". As investigações apontaram ainda que, quando a vítima estava caída no chão, Luis tentou decapitá-la.

"Essa forma de execução, inclusive, foi previamente ajustada entre os dois denunciados, tendo a denunciada Cris sugerido o emprego de faca em vez de arma de fogo, para evitar barulho e, assim, não chamar atenção de terceiros", disse o relatório da Justiça.

A intenção da ré era com que parecesse que Etelvina fora vítima de latrocínio, para não atrair suspeitas contra os dois. "Agiram, portanto, para facilitar ou assegurar a impunidade do crime de homicídio", concluiu a Justiça.

Sobre o suposto executor do assassinato, Cris disse que mantinha somente uma relação de amizade com ele e que não acreditava que ele seria capaz de matar a vítima. Luís deve ir a júri popular em 8 de novembro deste ano.

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