Apenas 567 ambulantes têm interesse em ocupar uma das 1.134 vagas oferecidas

Bruno Moreno e Tatiana Lagôa
horizontes@hojeemdia.com.br
06/07/2017 às 20:54.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:25
 (Bruno Moreno)

(Bruno Moreno)

Com a garantia de que apenas 567 camelôs têm interesse em ir para shoppings populares, a Prefeitura de Belo Horizonte sorteou ontem 1.134 vagas para dois locais. Os agraciados terão que assinar um termo de ingresso na próxima semana. Mas, devido ao alto índice de rejeição da proposta, novos protestos não são descartados. 

Levantamento feito pela PBH no hipercentro, em março e abril, mostrou a atuação de 1.134 vendedores ambulantes e a Secretaria de Regulação Urbana confirmou o cadastro deles no Parque Municipal para que os dados pudessem ser utilizados no sorteio das vagas.

O problema é que quase 600 ambulantes não participaram da ação, sinalizando que podem não estar interessados em ir para os shoppings populares. Mesmo assim, a PBH incluiu todos eles na distribuição de vagas. 

Estão sendo oferecidas 1.547 boxes. Portanto, há uma sobra de 413, que poderão ser ocupados por novos camelôs que não entraram no mapeamento. Quem foi sorteado ontem terá cinco dias úteis para manifestar interesse nas vagas. Já os shoppings terão até a próxima sexta-feira para alocar os sorteados.

Os espaços estão divididos entre o shopping Uai, no Centro, onde há 676 vagas, e o shopping O Ponto, em Venda Nova, com 871 vagas. A divisão provoca discórdia, já que os camelôs preferem ficar no Centro e recusam ir para Venda Nova, alegando que lá o movimento seria menor.

Um dos contemplados no sorteio foi o camelô Wanderson da Silva, de 29 anos, que terá uma vaga no shopping Uai. “É muito bom. Tenho que agradecer a Deus e à prefeitura por essa oportunidade de estar trabalhando”, afirmou o ambulante. 
Os shoppings devem ficar abertos de segunda a sábado, das 9h às 18h, e oferecer aos camelôs áreas de no mínimo 1 metro quadrado. O aluguel será de R$ 30 por mês.

A secretária de Regulação Urbana, Maria Caldas, afirmou que a PBH deve levar serviços públicos aos shoppings populares para garantir mais movimento e vendas.

Perdas

A semana de protestos trouxe prejuízos para os comerciantes da região central, especialmente para quem está próximo à Praça 7. “Fiquei só com uma porta aberta, e fechava a todo momento. Mas nem adiantava, porque quem tinha que vir ao Centro ficou com medo e nem apareceu. Meu faturamento caiu 90%. Tenho que pagar impostos, funcionários, água e luz. Como vou fazer se não vender?”, disse o dono de uma loja no quarteirão fechado da rua Carijós, que não quis se identificar.

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