Após 14 horas de trabalho, bombeiros tiram carro dos escombros

Alessandra Mendes - Hoje em Dia
04/07/2014 às 04:52.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:15
 (Alessandra Mendes)

(Alessandra Mendes)

Após trabalharem por mais de 14 horas, os Bombeiros conseguiram tirar o carro que estava preso embaixo do viaduto "Batalha dos Guararapes", que desabou na tarde de quinta-feira (3) na avenida Pedro I, no bairro São João Batista, em Belo Horizonte. Após tentarem sem sucesso erguer a estrutura para retirar o veículo, os profissionais envolvidos no resgate precisaram cavar o caminho pelo asfalto e depois usaram um cabo de aço acoplado em uma das máquinas para puxá-lo. Apenas o  condutor Charlys Frederico Moreira do Nascimento estava no veículo. Ele era morador da cidade de Lagoa Santa, na região norte da Grande BH e morreu no acidente. Com isso, ficam confirmadas as duas mortes e o número de 22 feridos, totalizando 24 vítimas.

Inicialmente, a estratégia escolhida foi a utilização de macacos hidráulicos para erguer a estrutura e retirar o veículo de baixo do viaduto, sem sucesso. Com isso, os Bombeiros levaram um caminhão-pipa e máquinas para perfurar o asfalto, conseguindo após cerca de 6 horas, liberar o carro. Com isso, apenas dois caminhões ainda estão sob a pesada estrutura. Felizmente, ambos estavam vazios no momento da queda.

Confira na entrevista coletiva do coronel Edgar Estevo como se deu o processo de retirada do veículo dos escombros
 


O coronel informou, ainda, que o viaduto que fica ao lado da estrutura que entrou em colapso será avaliada para verificar a possibilidade das obras prosseguirem conforme o cronograma e projeto. Defesa Civil e Bombeiros já notificaram a empresa responsável. Com relação ao viaduto caído, está sendo estudada a secção da estrutura, ou seja, o corte em partes para serem quebradas e removidas. Segundo Estevo a possibilidade de implosão não existe no momento.

O local será isolado para que possa ser realizada a perícia. Somente após a análise é que será tomada uma decisão definitiva. Ainda não previsão para a liberação da via.

O viaduto pesa 2.500 toneladas e tem 150 metros de extensão por 3 metros de espessura. Ele ficava situado a 5,5 metros do chão. São 70 homens e três máquinas trabalhando na operação de resgate. Segundo a militar, não há uma mobilização deste porte na corporação desde o grave acidente que matou 69 operários e feriu outros 100, no dia 4 de fevereiro de 1971, quando um pavilhão que estava em construção no Parque de Exposições da Gameleira desabou durante as obras.

Luto oficial

O prefeito Marcio Lacerda esteve na noite desta quinta-feira (3) no local onde um viaduto desabou em Belo Horizonte. Por causa do acidente que deixou dois mortos e 19 feridos ele decretou luto oficial de três dias. "Estamos identificando todas as vítimas e suas famílias para que elas tenham toda a assistência necessária", declarou.

O acidente

O desabamento ocorreu na altura do número 427, próximo à Lagoa do Nado. O veículo de passeio e os de carga foram completamente esmagados pelos escombros de quase 800 toneladas. Já o ônibus suplementar, da linha 70, ficou com a frente totalmente destruída. A condutora do coletivo, Hanna Cristina dos Santos, de 24 anos, morreu no local da tragédia. Uma criança de apenas 5 anos, Maria Clara, filha da condutora, está entre as vítimas. Todos os feridos foram socorridos por equipes do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhados para o Hospital Risoleta Neves.   O viaduto será agora partido em blocos do local para retirada de carros e de possíveis vítimas que se encontram entre os escombros. A construção está inserida nos lotes de obras da avenida Pedro I, orçada ao custo de R$ 138,9 milhões, e faz parte do BRT/Move, o sistema de ônibus articulados com pista exclusiva.

Assista ao vídeo do momento em que o viaduto na avenida Pedro I desabou em Belo Horizonte:  


 

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