"Se for começar desse jeito, a gente para por aqui então", impôs a juíza Marixa Fabiane, após o clima esquentar no plenário do Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, na Grande BH. A situação ficou tensa entre o advogado Ércio Quaresma e o delegado aposentado, Edson Moreira, nesta quinta-feira (25), no quarto dia de julgamento do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola".
A juíza pediu - mais uma vez - para que o defensor tenha mais respeito com a testemunha. Anteriormente, o advogado de "Bola" havia questionado se Moreira pediu uma suplementação nas investigações sobre a morte da ex-modelo Eliza Samudio formalmente ou verbal. O delegado disse que ele apenas "trocou uma ideia com o promotor Gustavo Fantini sobre o caso Bruno". Nervoso, Edson Moreira acusou Quaresma de ser irônico e ainda de deturpar as palavras dele. "Você está deturpando minhas palavras", disse.
Após o início da discussão, a testemunha disse que não iria responder a uma pergunta, porque ela já foi respondida. Quaresma retrucou que "quem indefere perguntas é a juíza, não o senhor". Em seguida, virou-se para a magistrada e falou: "Ele está achando que ainda é delegado". Moreira retrucou, nervoso: "Obrigada pela lição, obrigada pela lição".
E não parou por aí. Ainda muito exaltado, o delegado disse à juíza que está se sentindo intimidado pelo advogado Ércio Quaresma. Neste momento, o promotor Henry Vasconcelos pediu para que tal declaração fosse constada nos autos.
O defensor de Marcos Aparecido, então, saiu da frente do plenário e sentou-se ao lado dos demais advogados da defesa. A magistrada pediu para a ele para voltar a se posicionar à frente. Porém, ele algou que a juíza queria lhe impor o "curral". Ela esclareceu que apenas gostaria que ele ficasse à frente da testemunha. "Eu devo causar pânico nele", disse Quaresma, referindo-se ao delegado. "Nas minhas costas? Estou me sentindo intiminado", respondeu Moreira.
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