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Terça-Feira,30 de Abril

Após quase 2 anos, polícia conclui que universitária foi morta pelo namorado

Renata Evangelista - Do Portal HD
05/02/2013 às 16:58.
Atualizado em 21/11/2021 às 00:44

(Flávio Tavares)

O assassinato da estudante de Recursos Humanos, Nubia Glenda Ferreira da Silva, encontrada morta em um matagal no dia 16 de setembro de 2011, está finalmente desvendado. A Polícia Civil concluiu que ela foi agredida, estrangulada e asfixiada por seu namorado, o motorista João Carlos Alves da Cunha, de 35 anos. Após o crime, conforme as investigações, o réu ateou fogo e desovou o corpo da vítima no bairro São Remo, em Contagem, na região Metropolitana de Belo Horizonte. O motorista foi indiciado por homicídio com três qualificadoras - motivo fútil, sem chances de defesa para a vítima e emprego de fogo -, além de ocultação de cadáver. Se condenado à pena máxima, Cunha pode pegar 30 anos de prisão. Ele está preso no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) Gameleira. Ainda não há previsão para o julgamento.   A polícia acredita que a motivação do crime tenha sido porque Nubia estava pressionando o namorado a se casar, já que estaria grávida, mas ele já tinha um outro relacionamento de 10 anos e, inclusive, um filho com a outra mulher. O motorista foi apresentado à imprensa nesta terça-feira (5).


João Carlos Alves da Cunha foi apresentado à imprensa nesta terça-feira (Foto: Flávio Tavares)

  O crime   Nubia Glenda Ferreira da Silva foi vista pela última vez na Faculdade UNA, em Contagem. Seus colegas de sala informaram que ela juntou suas coisas e deixou o local após receber uma ligação. Dois dias após seu desaparecimento, o namorado e a mãe da estudante procuraram a polícia para dar queixa sobre seu desaparecimento. O corpo foi encontrado em 9 de outubro do mesmo ano em estado de esqueletização e carbonizado.   Contradições   Durante as investigações, Cunha apresentou alguns álibis. Em seu depoimento, ele relatou que no dia do desaparecimento de Núbia os dois haviam combinado de ir em uma festa do sindicato que ele trabalhava. O réu relatou que passou a tarde toda bebendo com um amigo e, no ínicio da noite, ligou para a namorada, mas ela não teria atendido a ligação.    Na versão do acusado, à noite ele foi ao apartamento onde os dois moravam juntos há três meses e tocou o interfone, mas a namorada não atendeu. Ele teria seguido para a festa, onde tirou várias fotos com amigos e diretores do sindicato. Cunha ainda disse para a polícia que no tempo em que esteve na festa ligou diversas vezes para Nubia, inclusive de telefones de colegas. Ele contou que ficou na festa das 20 horas até as 2 horas do dia seguinte.   Para a família da vítima, ele contou que chegou na casa onde o casal morava e dormiu. Somente ao acordar, no dia seguinte, deu falta da namorada. Aos policiais, no entanto, ele relatou que seguiu para a casa da outra mulher após deixar a festa. Em seu depoimento, o réu disse aos policiais que ligou para a mãe de Nubia, que é de Abaeté, e informou sobre o desaparecimento.    A mãe da vítima contou que quando encontrou com o namorado de sua filha, ele chorou desesperadamente e pediu perdão, mas na hora ela não entendeu o motivo da declaração.   Ele se tornou o principal suspeito após a polícia identificar diversas contradições em seu depoimento. Os investigadores estranharam o fato de ele ter dito que tocou o interfone do apartamento da casa, já que ele tinha cópia da chave. Os policiais identificaram ainda que a primeira ligação do motorista para a namorada foi às 13 horas do dia seguinte ao seu desaparecimento. Além disso, os telefonemas que ele disse ter feito de aparelhos de colegas de serviço durante a festa também não foram realizados.   Testemunhas contaram à polícia que durante a festa Cunha se ausentou do local por cerca de uma hora, fato que ele não declarou durante seu depoimento. Documento fornecido pela operadora de telefonia mostra que o telefone foi usado por ele fora da festa, a aproximadamente 6 quilômetros, entre o local da festa e o da desova do cadáver.   Prisão   Quando foi com a mãe de Nubia à delegacia para registrar a ocorrência, o motorista teria pedido para a sogra, que também é sua prima, para não contar que ele era namorado da estudante. Quando deixou a delegacia, ele seguiu para o apartamento onde morava com a universitária e recolheu todos os seus pertences.   A perícia foi à residência e notou que havia caco de vidro de uma bomboniere no tapete da sala. Exame de lumiou revelou que havia sangue no local, mas não conseguiu extrair o DNA. A polícia acredita que Nubia tenha sido agredida com a bomboniere, já que no corpo havia uma marca de pancada na cabeça.   Para os investigadores, o motorista matou a namorada e retornou para a festa. Durante a madrugada, ele teria jogado o corpo da estudante em um lugar que ele sabia que era ponto de desova de corpos.   João Carlos Cunha foi preso pela primeira vez em 30 de novembro de 2012 porque estava contrangendo as testemunhas. Em 23 de janeiro deste ano o inquérito foi concluido e enviado à justiça. No dia 28 de janeiro saiu a prisão preventiva do motorista. Ele continua negando o crime.

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