Após quase seis meses, vítima de rompimento da barragem em Brumadinho deixa hospital

Juliana Baeta
18/07/2019 às 14:37.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:36
 (TV Record/Reprodução)

(TV Record/Reprodução)

Um passo de cada vez. Assim deve ser a recuperação de Talita Cristina Oliveira, de 16 anos, que recebeu alta do hospital nessa quarta-feira (17), após passar quase seis meses internada devido à tragédia de Brumadinho. Ela é a última vítima do rompimento da barragem de Córrego do Feijão que ainda estava no hospital, mas o tratamento vai continuar em casa, já que Talita ainda deve precisar utilizar um andador para caminhar até receber uma prótese para o quadril.

Talita e a irmã, Alessandra Souza, de 43 anos, foram resgatadas em meio à lama no dia 25 de janeiro, quando a barragem se rompeu. A imagem das duas sendo alçadas pelo helicóptero do Corpo de Bombeiros pilotado pela major Karla Lessa na ocasião, rodou o mundo. O marido de Alessandra e cunhado de Talita, José Antônio Souza, perdeu a filha de 14 anos naquele dia. Ele relata que, desde então, Talita é como se fosse sua filha adotiva. 

"Foi ótimo ela ter recebido alta porque foram seis meses de luta, então é muito importante pra gente. Na verdade, tudo é novo agora, nós vamos ter que recomeçar tudo outra vez. É um momento delicado, será um passo de cada vez. Porque a Talita saiu do hospital, mas o hospital não saiu dela. O tratamento ainda não terminou, ela vai continuar sendo atendida em casa, inclusive, com tratamento psicológico", conta.  

A família morava perto da pousada que foi varrida pela lama em Brumadinho. Naquele dia, José Antônio estava em Belo Horizonte. A filha dele, a cunhada e a esposa foram levadas pela lama de rejeitos, mas somente as duas últimas sobreviveram. 

Talita fraturou a bacia e o fêmur e Alessandra teve um traumatismo craniano que fez com que o osso frontal de seu crânio precisasse ser removido. Desde a tragédia, ela vive entre indas e vindas ao hospital. Agora, Alessandra trata de uma infecção para que, depois, possa passar por uma cirurgia de reconstrução do crânio.  

Desde o rompimento da barragem a família vive em um hotel pago pela Vale, mas José Antônio pretende, em breve, alugar uma casa para morar com a cunhada e a esposa. 

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