Ataques de pets de famosos acendem alerta sobre cuidados com animais de estimação

Anderson Rocha
Publicado em 06/08/2019 às 12:18.Atualizado em 05/09/2021 às 19:52.
 (Reprodução/ Redes sociais)
(Reprodução/ Redes sociais)

A última coisa que se espera ao adotar ou comprar um bicho de estimação é ser atacado por ele. Infelizmente, até os melhores amigos do homem falham e podem machucar os próprios donos. Motivos para a agressões são diversos e podem incluir a alteração do comportamento animal, um susto ou a influência do tratamento que o pet recebe do cuidador.

Há cerca de 10 dias, a atriz Daniela Escobar divulgou no perfil do Instagram que precisou ser medicada com antibióticos após levar uma mordida do gatinho dela na mão. A artista contou que os dedos ficaram rígidos e que os movimentos têm retornado aos poucos.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Meu amor pelos meus gatos é incondicional, mas passei por uma situação que nunca pensei. Imagina o médico te dizer que é possível você perder sua mão em apenas alguns dias?? Uma mordidinha de gato pode causar isso. Meu gato que já tem 5 anos e é a mais dócil das criaturas, dormia profundamente embaixo da mesa quando inventei de fazer um carinho na cabecinha dele. Num susto e reflexo muito rápido mordeu minha mão. Pra ser objetiva, a saliva dos gatos, mesmo os saudáveis e vacinados como os meus, solta uma bactéria que em horas vai paralisando seus dedos ate ficarem roxos, gangrena, e pode ser necessário amputar os dedos ou até a mão se não medicar com antibióticos imediatamente. Os médicos me explicaram que é a defesa natural deles. Que é muito comum e o perigo é não medicar imediatamente. Minha mão doía de chorar, em 24hs meus dedos estavam duros e não mexiam, foram quatro dias de injeções, hospital, e muita meditação porque nem fechar o botão das calças eu conseguia sozinha porque foi justo na mão direita... Eu vomitava o antibiótico porque não estou acostumada a toma-los. Então precisava ser injeção. As fotos acima foram das primeiras horas após... Depois não consegui mais nem pegar o telefone... Ainda estou sob a medição que precisa ser por 10 dias... Os movimentos já estão quase restaurados mas a mão ainda dói... Acidente infeliz. Coisas da vida pra nos fazer ficar longe do telefone, foi minha conclusão... As vezes a vida nos força a focar no que é mais importante para o nosso momento. As vezes só entendemos quando dói mais na carne do que na alma...

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vítimas

Famosas foram atacadas pelos próprios pets depois que fizeram carinho nos bichos enquanto eles dormiam

Outro caso recente foi divulgado nessa segunda-feira (5) pela apresentadora da TV Globo Michelle Loreto. A jornalista revelou, durante o programa Bem-Estar, já ter recebido 20 pontos no rosto ao ser mordida da cadela de estimação. Ela comentou sobre a situação ao saber do caso de Daniela Escobar. Nos dois exemplos, os animais dormiam e foram acordados com um carinho pelas donas, acabaram se assustando e atacando.

A pedágoga Adriele Souza, de 23 anos, foi mordida no rosto pelo Thor, cão da raça japonesa Akita inu, de três anos. Ela levou quatro pontos no lado direito da face. "Eu e uma amiga estávamos no quarto e o Thor na porta, deitado. Minha amiga quis sair, mas viu ele e voltou, com medo. Me levantei para prendê-lo, fiz um carinho e, nesse momento, fui rapidamente atacada", relembra.

Adriele Souza

Mordida no rosto rendeu quatro pontos no rosto de Adriele

Segundo ela, assim que a soltou, Thor cheirou suas costas e saiu de cabeça baixa. Naquela noite, Adriele havia passado perfume no corpo, hábito que evita devido a uma alergia dermatológica. "Acho que ele não me reconheceu. Observamos seu comportamento nos dias seguintes e ele está tranquilo. Entendo que é um instinto do Akita, que é um cão bem temperamental. Mas não fiquei com trauma, nem medo. Todos os dias ele continua deitando ao meu lado", conta.

O quê explica?

De acordo com a coordenadora e professora do curso de medicina veterinária das Faculdades Kennedy, Fabrizia Portes Cury Lima, o ataque de animais domésticos aos próprios donos é incomum e pode indicar que o cão ou gato não está recebendo tratamento adequado.

Fabrizia

Conhecer bem o pet é a principal dica de Fabrizia

Animais que ficam sozinhos ou presos por muito tempo e que foram condicionados a obedecerem a partir de gritos podem desenvolver comportamentos depressivos ou agressivos, afirma a especialista. "É muito claro para nós que, se o animal está acostumado a ser tratado com carinho e atenção, ele será mais dócil".

Como evitar

Nos casos em que o ataque é motivado por um susto, o ideal é respeitar o território do animal, evitando acordá-lo ou assustá-lo com luzes ou barulhos inesperados, como fogos de artifício. Esses fatores podem desencadear uma ação instintiva de defesa e colocar o dono em risco. Outro fator de risco é deixar crianças pequenas sozinhas com animais: as brincadeiras podem extrapolar e terminar tragicamente.

Além disso, a principal orientação é conhecer bem seu pet e, para isso, o acompanhamento do bicho de estimação desde o início da convivência com ele é essencial. Veja as dicas de Fabrizia:

- Ao adotar ou comprar o pet, leve-o ao médico veterinário para os primeiros cuidados e vacinas;

- Pesquise e oriente-se com esse profissional sobre a rotina, alimentação e necessidades básicas do bicho;

- No caso de pets exóticos, como cobras, lagartos e iguanas, a ajuda capacitada é imprescindível já que, segundo Fabrizia, instintivamente, esses são animais difíceis de domesticar. Por isso, busque se informar sobre as seguintes questões:

  • Como ele se alimenta?
  • Como ele interage com outros animais?
  • Quais são seus hábitos?
  • Ele gosta de ficar mais tempo solto ou preso?
  • Eu realmente tenho condições de cuidar de um animal desse?

- Felinos e caninos: ao arranhar e/ou morder, eles podem transmitir doenças perigosas que podem até matar;

- Em caso de qualquer acidente, é recomendado buscar assistência médica e levar a carteira de vacinação do animal. Mesmo que o pet esteja com todos os cuidados em dia, a reação ao ataque no dono pode vir de outros problemas, como reações inflamatórias. Cada caso será avaliado individualmente. Após os primeiros cuidados com os ferimentos, os tutores devem se atentar ao que levou o animal a se comportar de forma agressiva e cuidar para que não aconteça novamente.

Os brutos também amam

Mesmo animais furiosos, que foram condicionados para a agressão, podem ser ressocializados, tornando-se dóceis e obedientes. Para tanto, de acordo com a especialista, é necessário um trabalho longo de ressignificação dos hábitos do bicho.

Adriele

Após ataque, Adriele não se traumatizou e Thor continua deitando no seu quarto todos os dias

"Recentemente, o Ministério Público de Minas Gerais ordenou que cães da raça pitbull, que participavam de rinhas (em Sabará, na Grande BH) e eram maltratados justamente para que ficassem mais agressivos, passassem por ressocialização", relembra.

Segundo ela, é necessário acostumar o cão a ser bem tratado, comer na hora certa, passear e conviver com pessoas. No caso citado, 43 cães viviam sem acesso à água e ração e permaneciam acorrentados.

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