Ataques de pets de famosos acendem alerta sobre cuidados com animais de estimação

Anderson Rocha
06/08/2019 às 12:18.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:52
 (Reprodução/ Redes sociais)

(Reprodução/ Redes sociais)

A última coisa que se espera ao adotar ou comprar um bicho de estimação é ser atacado por ele. Infelizmente, até os melhores amigos do homem falham e podem machucar os próprios donos. Motivos para a agressões são diversos e podem incluir a alteração do comportamento animal, um susto ou a influência do tratamento que o pet recebe do cuidador.

Há cerca de 10 dias, a atriz Daniela Escobar divulgou no perfil do Instagram que precisou ser medicada com antibióticos após levar uma mordida do gatinho dela na mão. A artista contou que os dedos ficaram rígidos e que os movimentos têm retornado aos poucos.

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Famosas foram atacadas pelos próprios pets depois que fizeram carinho nos bichos enquanto eles dormiam

Outro caso recente foi divulgado nessa segunda-feira (5) pela apresentadora da TV Globo Michelle Loreto. A jornalista revelou, durante o programa Bem-Estar, já ter recebido 20 pontos no rosto ao ser mordida da cadela de estimação. Ela comentou sobre a situação ao saber do caso de Daniela Escobar. Nos dois exemplos, os animais dormiam e foram acordados com um carinho pelas donas, acabaram se assustando e atacando.

A pedágoga Adriele Souza, de 23 anos, foi mordida no rosto pelo Thor, cão da raça japonesa Akita inu, de três anos. Ela levou quatro pontos no lado direito da face. "Eu e uma amiga estávamos no quarto e o Thor na porta, deitado. Minha amiga quis sair, mas viu ele e voltou, com medo. Me levantei para prendê-lo, fiz um carinho e, nesse momento, fui rapidamente atacada", relembra.Arquivo pessoal/ Adriele Souza

Mordida no rosto rendeu quatro pontos no rosto de Adriele

Segundo ela, assim que a soltou, Thor cheirou suas costas e saiu de cabeça baixa. Naquela noite, Adriele havia passado perfume no corpo, hábito que evita devido a uma alergia dermatológica. "Acho que ele não me reconheceu. Observamos seu comportamento nos dias seguintes e ele está tranquilo. Entendo que é um instinto do Akita, que é um cão bem temperamental. Mas não fiquei com trauma, nem medo. Todos os dias ele continua deitando ao meu lado", conta.

O quê explica?

De acordo com a coordenadora e professora do curso de medicina veterinária das Faculdades Kennedy, Fabrizia Portes Cury Lima, o ataque de animais domésticos aos próprios donos é incomum e pode indicar que o cão ou gato não está recebendo tratamento adequado.Divulgação/ Promove Pós

Conhecer bem o pet é a principal dica de Fabrizia

Animais que ficam sozinhos ou presos por muito tempo e que foram condicionados a obedecerem a partir de gritos podem desenvolver comportamentos depressivos ou agressivos, afirma a especialista. "É muito claro para nós que, se o animal está acostumado a ser tratado com carinho e atenção, ele será mais dócil".

Como evitar

Nos casos em que o ataque é motivado por um susto, o ideal é respeitar o território do animal, evitando acordá-lo ou assustá-lo com luzes ou barulhos inesperados, como fogos de artifício. Esses fatores podem desencadear uma ação instintiva de defesa e colocar o dono em risco. Outro fator de risco é deixar crianças pequenas sozinhas com animais: as brincadeiras podem extrapolar e terminar tragicamente.

Além disso, a principal orientação é conhecer bem seu pet e, para isso, o acompanhamento do bicho de estimação desde o início da convivência com ele é essencial. Veja as dicas de Fabrizia:

- Ao adotar ou comprar o pet, leve-o ao médico veterinário para os primeiros cuidados e vacinas;

- Pesquise e oriente-se com esse profissional sobre a rotina, alimentação e necessidades básicas do bicho;

- No caso de pets exóticos, como cobras, lagartos e iguanas, a ajuda capacitada é imprescindível já que, segundo Fabrizia, instintivamente, esses são animais difíceis de domesticar. Por isso, busque se informar sobre as seguintes questões:

  • Como ele se alimenta?
  • Como ele interage com outros animais?
  • Quais são seus hábitos?
  • Ele gosta de ficar mais tempo solto ou preso?
  • Eu realmente tenho condições de cuidar de um animal desse?

- Felinos e caninos: ao arranhar e/ou morder, eles podem transmitir doenças perigosas que podem até matar;

- Em caso de qualquer acidente, é recomendado buscar assistência médica e levar a carteira de vacinação do animal. Mesmo que o pet esteja com todos os cuidados em dia, a reação ao ataque no dono pode vir de outros problemas, como reações inflamatórias. Cada caso será avaliado individualmente. Após os primeiros cuidados com os ferimentos, os tutores devem se atentar ao que levou o animal a se comportar de forma agressiva e cuidar para que não aconteça novamente.

Os brutos também amam

Mesmo animais furiosos, que foram condicionados para a agressão, podem ser ressocializados, tornando-se dóceis e obedientes. Para tanto, de acordo com a especialista, é necessário um trabalho longo de ressignificação dos hábitos do bicho.Arquivo pessoal/ Adriele Souza

Após ataque, Adriele não se traumatizou e Thor continua deitando no seu quarto todos os dias

"Recentemente, o Ministério Público de Minas Gerais ordenou que cães da raça pitbull, que participavam de rinhas (em Sabará, na Grande BH) e eram maltratados justamente para que ficassem mais agressivos, passassem por ressocialização", relembra.

Segundo ela, é necessário acostumar o cão a ser bem tratado, comer na hora certa, passear e conviver com pessoas. No caso citado, 43 cães viviam sem acesso à água e ração e permaneciam acorrentados.

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