Falhas na reparação

Atingidos pelo rompimento da barragem em Brumadinho protestam contra a Vale na porta do TJ

Manifestação é organizada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)

Gabriela de Castro*
gabriela.castro@hojeemdia.com.br
Publicado em 13/05/2025 às 15:15.Atualizado em 13/05/2025 às 17:56.
Atividades, iniciadas em concentração em frente ao Tribunal de Justiça, denunciam a reparação ineficiente após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (Gabriela de Castro)
Atividades, iniciadas em concentração em frente ao Tribunal de Justiça, denunciam a reparação ineficiente após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (Gabriela de Castro)

Atingidos pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, na Grande BH, protestaram na tarde desta terça-feira (13) na porta do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), na avenida Afonso Pena, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. O grupo denuncia a ineficiência da reparação das famílias, seis anos após a tragédia, que matou 272 pessoas e deixou um rastro de destruição na Bacia do Paraopeba.

A manifestação é organizada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Eles também reivindicam a continuidade do Programa de Transferência de Renda (PTR) através de um Auxílio Financeiro Emergencial. Segundo o MAB, o objetivo é sensibilizar os tribunais, exigir transparência no uso dos recursos e defender os direitos garantidos dos atingidos. 

Dentre os presentes no protesto estava a comerciante Juliana de Paula Melgaço, de 42 anos, de Três Marias, na região Central. De acordo com ela, a uma represa foi poluída pelo rompimento da barragem em 2019, prejudicando a população, que enfrenta dificuldades até mesmo para comprovar a residência e receber o auxílio financeiro. 

“Os pescadores não moram à beira da água, eles moram dentro do povoado e vão pescar na represa. Muitos deles não recebem por causa dos critérios que foram colocados, de ter uma conta de luz que comprove que você mora na beirada da represa”.

Além das dificuldades para o exercício da profissão, os pescadores também estariam enfrentando complicações de saúde. Caso de Geraldo Alves Caetano, de 71 anos, que foi diagnosticado com problemas renais. Ele acredita que a situação se deve à contaminação da água. 

Conforme o Movimento dos Atingidos por Barragem, uma reunião com um magistrado do TJMG deve ocorrer ainda hoje.

Por meio de nota, a Vale informou que no acordo judicial de reparação integral, firmado em 2021, o Programa de Transferência de Renda (PTR) foi estabelecido como solução definitiva para o pagamento emergencial e acordado como uma “obrigação de pagar” da mineradora. 

"Em outubro de 2021, a empresa realizou o depósito de R$ 4,4 bilhões previstos para esta obrigação. Desde novembro de 2021, o PTR é gerido pelas Instituições de Justiça e pela Fundação Getúlio Vargas. Com o depósito, foi encerrada a obrigação da Vale referente ao tema".

* Estagiária, sob supervisão de Renato Fonseca

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