Em pouco mais de um mês, os ônibus do transporte público de Belo Horizonte já acumulam 1.984 autuações – média de 46 por dia, ou praticamente duas a cada hora. Atrasos nas viagens, portas danificadas, setas com defeito, bancos quebrados e elevadores inoperantes estão entre as principais irregularidades constatadas após o reforço na fiscalização. A varredura nos coletivos foi intensificada desde julho, devido ao repasse de meio bilhão de reais às concessionárias.
As notificações por conta das más condições, desconforto aos passageiros e riscos à segurança no trânsito só irão se transformar em multas após os prazos de recursos. A prefeitura não informou quanto tempo dura.
Além das autuações, os fiscais também recolheram 129 autorizações de tráfego. Na prática, são mais de cem veículos retirados das ruas, deixando os usuários do sistema ainda mais prejudicados. Os números concentram as ações realizados durante blitze entre 8 de julho e 20 de agosto. Nesse intervalo de 43 dias, cerca de 3,5 mil ônibus foram vistoriados.
Regime de remuneração
Os dados da PBH sobre a fiscalização também apresentam o balanço do repasse às empresas de ônibus. O novo regime de remuneração é por quilômetro rodado. Todos os quatro relatórios apresentados até o momento demonstram que o cálculo estimado não foi alcançado, o que reduziu os valores que as concessionárias teriam direito.
A última planilha considera o período de 11 a 20 de agosto. No sistema convencional, houve uma produção de 3,2 milhões de quilômetros em todo o sistema. O programado, porém, era 3,4 milhões de km, ou seja, 94,8% foi efetivado. Em consequência, dos R$ 12 milhões a serem repassados aos consórcios, foram disponibilizados R$ 11,3 milhões.
Questionada sobre o elevado número de irregularidades, a PBH informou que as fiscalizações são rotineiras “para garantir a continuidade e a segurança da prestação dos serviços para a população”.
Por nota, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setra-BH) informou que as empresas têm trabalhado na “potência máxima”. As concessionárias cobram mais faixas exclusivas para garantir o cumprimento dos horários e do número de viagens.
“O SetraBH ressalta novamente que em um universo com mais de 23 mil viagens realizadas por dia, o sistema continua sofrendo com a falta de prioridade nas principais vias da cidade – o que torna inevitável o atraso de algumas destas viagens, principalmente nos horários de pico”.
Sobre as autorizações recolhidas, o sindicato informou que, em média, as correções são feitas em até 24 horas.
Pelo Whatsapp
Segundo a PBH, as contribuições dos usuários pelo Whatsapp (31) 98472-5715 têm sido fundamentais para intensificar a fiscalização. É importante que a mensagem do usuário informe, além da linha, o número do veículo, pois isso contribui com a vistoria.
Leia mais: