
As imagens de uma câmera de segurança que mostram o momento que Alice Martins Alves, de 33 anos, pediu ajuda e gritou por “socorro” enquanto era espancada na Savassi, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, se transformou em “peça-chave” para o caso, segundo a defesa da mulher trans.
Representante de Alice, o advogado Tiago Lenoir destacou que o vídeo foi uma virada “importante” para o caso, após a identificação do motociclista que interrompeu as agressões dos suspeitos. A testemunha, inclusive, já prestou depoimento à polícia.
“A Alice só não foi morta no coração da Savassi naquele momento porque essa testemunha teve a coragem de intervir e impedir que a violência chegasse ainda mais longe. A família e a sociedade não vão descansar enquanto todos os responsáveis forem identificados, responsabilizados e punidos com o rigor que o caso exige”, completou o advogado.
Pelo vídeo, é possível ouvir Alice pedindo socorro pelo menos quatro vezes e, depois, repetindo “alguém me ajuda”. Em seguida, ocorre a suposta conversa entre o motociclista e os agressores.
Relembre o caso
Alice Martins Alves foi espancada na avenida do Contorno, esquina com a avenida Getúlio Vargas, na Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte, em 23 de outubro. Ela sofreu fraturas nas costelas, perfuração intestinal e outros ferimentos graves. Alice morreu em 9 de novembro, vítima de infecção generalizada.
Segundo as investigações da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), a vítima teria saído do Rei do Pastel sem pagar uma conta de R$ 22 e foi perseguida e atacada por dois homens, que seriam funcionários do estabelecimento.
A delegada Iara França, do Núcleo de feminicídio do DHPP, informou que a vítima era conhecida no local e relatava sofrer olhares preconceituosos. A investigação aponta que a prática de sair sem pagar já havia ocorrido antes com Alice e outros clientes, mas sem gerar conflitos.
Os dois suspeitos do crime, que trabalhavam no local frequentado pela vítima, já foram identificados e qualificados pela Polícia Civil.
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