Barro Preto

Avó, mãe e filha morreram asfixiadas por monóxido de carbono na região Centro-Sul de BH

Mãe vedou janelas e portas do quarto e utilizou óleo para produzir ‘braseiro artificial’; mulher sofria com problemas psicológicos

Bernardo Haddad
@_bezao
Publicado em 26/06/2025 às 12:07.Atualizado em 26/06/2025 às 12:11.
 (Valéria Marques/ Hoje em Dia)
(Valéria Marques/ Hoje em Dia)

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu nesta quinta-feira (26) o inquérito do caso de uma avó, de 66 anos, uma mãe, de 40, e a filha, de 1 ano, que foram encontradas mortas em maio deste ano dentro de um apartamento no Barro Preto, região Centro-Sul de Belo Horizonte. As três morreram asfixiadas por monóxido de carbono produzido pela mãe em um ‘braseiro artificial’. Quatro cachorros também foram achados mortos no local. 

Segundo a delegada Iara França, a mãe sofria com depressão e transtorno de bipolaridade e estaria se dedicava exclusivamente aos cuidados da filha de um ano e sete meses que sofria com uma deficiência congênita, em que nasceu com a falta de ligação do esofago com o estomago e necessitava de atenções especiais. 

“Não era uma família abastada. Era uma família que enfrentava dificuldades financeiras. A mãe não trabalhava, se dedicava exclusivamente ao cuidado dessa criança, que com um ano e sete meses exigia muitos cuidados, uma atenção integral, com a troca de sonda a cada três horas, com cuidados na alimentação”, disse a delegada. 

A família sofria ainda com dificuldades financeiras e era extremamente reclusa, o que prejudicou a situação psicológica da mãe. Antes de acender o braseiro, ela ainda escreveu uma “carta de despedida”, que foi encontrada no local. 

“Acreditamos que ela tinha a questão da depressão severa. Entrevistamos todas as pessoas do núcleo familiar, o genitor fazia o pagamento da pensão, visitava a criança a cada 15 dias, mas tinha dificuldades, pois ela havia pedido uma medida protetiva contra ele. Infelizmente, ela era uma pessoa muito reclusa, assim como a avó, o que agravou a situação psiquiátrica dela”, afirma. 

Na época, as vítimas foram localizadas por policiais militares, que foram acionados para ir até o prédio devido ao "forte cheiro" vindo do imóvel. Elas estavam deitadas em uma cama, com porta e janelas do quarto fechadas. Os corpos já estavam em estado  de decomposição, mas aparentemente sem sinal de violência.

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