Backer segue interditada, mas pode contratar empresas para produzir cervejas, diz Mapa

Rosiane Cunha
rmcunha@hojeemdia.com.br
19/10/2020 às 21:54.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:50
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou nesta segunda-feira (19) que a Cervejaria Backer continua interditada por ainda não ter cumprido as exigências feitas pela pasta para garantir a segurança dos produtos. "Desta forma, qualquer manipulação de bebidas na Backer - produção, padronização, envase - continua proibida".

No último sábado (18), o templo cervejeiro da Backer, no bairro Olhos D’Água, na região Oeste de Belo Horizonte, retomou as atividades com um evento fechado para convidados degustarem cervejas, entre elas a Capitão Senra, um dos rótulos comprometidos com dietilenoglicol. A fabricação de bebidas em Belo Horizonte está suspensa pelas autoridades e o evento foi realizado por causa de uma parceria da Backer com uma fábrica de cerveja do interior de São Paulo. 

Ainda segundo o Mapa, a medida cautelar de fechamento da empresa não impede a contratação de uma empresa terceira, registrada no ministério, para a produção de suas receitas e marcas. "O funcionamento do restaurante, anexo à planta fabril, é de competência dos órgãos de vigilância sanitária. A comercialização de bebidas nestes estabelecimentos somente poderá ocorrer se os produtos estiverem devidamente registrados no Mapa".

A nota diz, ainda, que o Mapa segue trabalhando, em conjunto com o Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) e a Polícia Civil, no caso de intoxicação causada pelo consumo das cervejas produzidas pela marca.

Denúncia

Nesta sexta-feira (16), o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) informou que o juiz Haroldo André Toscano de Oliveira, da 2ª Vara Criminal de Belo Horizonte, aceitou a denúncia, do Ministério Público (MP), contra dez sócios e funcionários da Backer por envolvimento na adulteração de bebidas alcóolicas que provocaram dez mortes e deixaram outras 16 pessoas com lesões gravíssimas. 

Os três proprietários da empresa foram denunciados por adulteração de bebidas alcoólicas, perigo comum e crimes tipificados no Código de Defesa do Consumidor (CDC). Já sete engenheiros e técnicos encarregados da fabricação de cerveja e chope foram denunciados pelos crimes de lesão corporal grave e gravíssima, homicídio culposo, além dos crimes imputados aos sócios.

Conforme a denúncia, os crimes ocorreram entre o início de 2018 e 9 de janeiro de 2020. Nesse período, o monoetilenoglicol (um anticongelante) foi utilizado em excesso na fabricação de bebidas.

A reportagem não conseguiu falar com os representantes da Backer.

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