O Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural de Belo Horizonte (CDPCM-BH) reconheceu o bairro Cidade Jardim, na Zona Sul, como patrimônio da capital, e indicou o tombamento de 104 imóveis da região. Dono da maior concentração de exemplares de arquitetura modernista, o lugar tem importância cultural que extrapola os limites municipais.
O Conjunto Urbano Bairro Cidade Jardim é o primeiro grande conjunto de arquitetura civil modernista tombado de BH. O conjunto arquitetônico da Pampulha, também tombado, tem importância equivalente, mas com características monumentais e equipamentos de uso coletivo.
O perímetro do bairro já era protegido como Área de Diretrizes Especiais (ADE), com proibição de construção de prédios e de instalações comerciais, com exceção da rua Conde de Linhares e das avenidas Raja Gabaglia e do Contorno.
Conforme explica o diretor de Patrimônio Cultural da Fundação Municipal de Cultura (FMC), Carlos Henrique Bicalho, sendo reconhecido oficialmente como patrimônio de BH, o bairro terá atenção especial da prefeitura para melhorar as condições de conservação. Isso porque perímetros tombados têm acesso a mecanismos de incentivo à proteção do patrimônio, a recursos de diversos fundos municipais, estaduais e federais, além de incentivos fiscais.
“O bairro foi edificado no bojo de um projeto governamental local, que pretendia colocar Belo Horizonte nos rumos da modernização, preparando a capital para o novo ciclo de progresso que se anunciava nas décadas de 1940 e 1950”, justificou o CDPCM-BH, no Diário Oficial do Município (DOM).
O Conselho também indicou para tombamento 104 imóveis de destaque pela monumentalidade arquitetônica e valor histórico. A Associação de Moradores do Bairro Cidade Jardim não quis comentar o tombamento do bairro.