BH tem 1,4 mil profissionais de centros de saúde e UPAs afastados por Covid, diz Sindibel

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
21/01/2022 às 15:37.
Atualizado em 26/01/2022 às 00:12
Originária de projeto de lei de iniciativa parlamentar, norma visa dar mais transparência à prestação do serviço (PBH/divulgação)

Originária de projeto de lei de iniciativa parlamentar, norma visa dar mais transparência à prestação do serviço (PBH/divulgação)

Cerca de 1,4 mil profissionais de saúde estão afastados por suspeita ou confirmação de Covid-19 nos centros de saúde e UPAs de Belo Horizonte. O levantamento foi feito pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindibel), nas últimas duas semanas, e divulgado nesta sexta-feira (21). 

De acordo com a entidade, o surto de Influenza, somado a disseminação da variante mais contagiosa do coronavírus, a Ômicron, contribuíram para essa situação. Segundo a entidade, a percepção dos trabalhadores é de um novo colapso do atendimento nestas unidades de saúde, que são a porta de entrada para os atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS). 

Segundo o coordenador administrativo do Sindibel, Israel de Moura, “a situação é preocupante porque na medida que a gente tem menos profissionais pra atender a população, temos um aumento significativo dos casos de Covid. Esse aumento de demanda, além de sobrecarregar o profissional, gera a insatisfação e reflete no atendimento ao usuário, o que é compreensível”. 

Nesta sexta-feira (21), o sindicato notificou extrajudicialmente diversas autoridades municipais e estaduais, do Executivo e Legislativo, além dos conselhos profissionais, Ministério Público e Conselhos de Saúde de Minas Gerais. Israel explica que, na notificação, o sindicato alerta para a impossibilidade de atendimento de todas as demandas resultantes da terceira onda da Covid-19 na capital.

“Fizemos a notificação, mostrando que a situação é essa e apresentamos algumas sugestões. Não existe uma solução mágica, exitem medidas que podem reduzir danos. Se nada for feito e ocorrer algum erro, não venha colocar a responsabilidade nos profissionais de saúde”, alertou.

Outro problema anunciado por Moura é que, no final do ano passado, o município encerrou cerca de 700 contratos de profissionais da saúde, e que apenas 400 foram renovados. 

O coordenador também declara que a capital registra um recorde histórico de atendimentos de pessoas com síndrome gripal desde o início da pandemia. Segundo ele, dados dos boletins epidemiológicos da PBH mostram que, entre os dias 25 de dezembro de 2021 e 18 de janeiro de 2022, a incidência de Covid-19 na população da capital aumentou de 16,2 casos por 100 mil habitantes, para 334,2 casos por 100 mil habitantes, um aumento de 1.925% em 25 dias.

Ele ainda aconselha que a população só vá às unidades de saúde em casos de urgência, pois, além da demora no atendimento, o cidadão corre o risco de voltar contaminado para casa.

Em nota, Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informa que, no mês de dezembro de 2021, 487 trabalhadores estiveram afastados por doenças respiratórias. "O número representa 4% do total de trabalhadores. Os profissionais atuam em Centros de Saúde, UPAs e no Samu. Os dados são fechados no final de cada mês", diz a PBH.

Segundo a Prefeitura, diante do aumento da demanda por atendimento nas unidades de saúde da capital, desde 24 de dezembro de 2021, já foram contratados, até essa quinta-feira (20), 1.301 profissionais de saúde, sendo 285 médicos em diversas especialidades.

"Há, aproximadamente, três mil médicos de diversas especialidades na rede SUS-BH, entre efetivos e contratados administrativamente. A distribuição de pessoal na Rede SUS-BH é muito dinâmica e muda diariamente em virtude dos desligamentos, demandas temporárias e movimentações internas", esclarece a PBH.

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