levantamento

BH tem maior carga de coronavírus no esgoto desde o início da pandemia

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
01/02/2022 às 13:51.
Atualizado em 01/02/2022 às 15:18
 (Divulgação/Copasa)

(Divulgação/Copasa)

Belo Horizonte apresentou a maior carga de SARS-CoV-2 no esgoto desde o início do monitoramento, em abril de 2020, com 622 bilhões cópias do vírus por dia, por 10 mil habitantes.

O levantamento corresponde à terceira semana de janeiro e é quatro vezes maior em comparação com a primeira semana do ano, quando foram registradas 143 bilhões de cópias/dia para cada 10 mil habitantes na capital.

As amostras foram retiradas das duas principais estações de tratamento de esgotos (ETEs) da cidade, que atendem a aproximadamente 70% da população da capital: a ETE Arrudas e a ETE Onça. Os dados são da Rede Monitoramento Covid Esgotos e tem os estudos coordenados pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Estações de Tratamento de Esgotos Sustentáveis (INCT ETEs Sustentáveis) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Relevância

Segundo o professor César Mota, do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Escola de Engenharia, um dos coordenadores do INCT, os dados servem de alerta e revelam, com boa dose de precisão, períodos de agravamento e melhora da situação de pandemia.

“As cargas virais indicam a quantidade de pessoas infectadas, com ou sem sintomas, o que é especialmente relevante no Brasil, que testou percentual muito pequeno da população. Os tomadores de decisões têm acesso também a situações localizadas – por exemplo, em bairros cujos moradores são mais vulneráveis no que diz respeito à saúde”, afirma.

Ainda de acordo com o professor, o aumento da carga viral na capital mineira foi muito rápido e expressivo. Nas análises feitas na semana de 16 a 22 de janeiro, a presença do vírus foi 180 vezes maior do que na semana que antecedeu o Natal.

“A informação extraída da análise dos esgotos tem sido ainda mais útil nos últimos tempos, em que relativamente menos pessoas infectadas têm procurado os serviços de saúde, uma vez que a ômicron tem geralmente efeitos mais leves”, explica o professor.

Sem transmissão 

Embora o material genético do novo coronavírus tenha sido detectado no esgoto da capital, não há evidências de que o vírus se encontre em sua forma ativa e infecciosa nesse ambiente. Portanto, a Covid-19 não é transmitida por meio de resíduos fecais, esgoto ou água contaminada.

A Rede Monitoramento Covid Esgotos acompanha as cargas virais e concentrações do novo coronavírus no esgoto de seis capitais e cidades que integram as regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro.

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